POV Leyla
Saí da casa de Isadora com um sorriso educado nos lábios, o mesmo que mantive durante todo o jantar. Mas, assim que entrei no carro e fechei a porta, o ar escapou dos meus pulmões como se eu tivesse acabado de correr uma maratona.
O disfarce de “amiga perfeita” exige energia, e embora eu tenha treinado isso a vida inteira, não deixa de ser cansativo.
Peguei o celular e fiquei olhando a tela por alguns segundos. Meus dedos hesitavam, mas não por dúvida e sim por pura adrenalina.
Havia alguém esperando meu relatório.
Respirei fundo, disquei o número que sabia de cor e encostei a cabeça no banco enquanto o telefone chamava.
— Demorou. — A voz de Célia Montenegro surgiu fria, carregada de reprovação. — Eu pedi informações imediatas.
Sorri, mesmo que ela não pudesse me ver.
— Acalme-se, Célia. É preciso paciência para que um veneno faça efeito. Mas posso garantir: ele já começou a se espalhar.
— Fale. — Ela não gostava de rodeios.
Fechei os olhos, revivendo cada detalhe do jantar