Aiden falou com um tom sombrio: — Desta vez, é você quem tem que me pedir. Ainda estava fresco na memória dele o que aconteceu na Bordô Maple. Naquela ocasião, Scarlett o havia forçado a se humilhar. Ele guardava essa mágoa há muito tempo, esperando a oportunidade de reverter a situação. Agora finalmente era sua vez de dizer essas palavras. Só queria ver até onde Scarlett conseguiria resistir. Mas Scarlett respondeu friamente: — Não. Desta vez, ainda é você quem precisa de mim. Aiden soltou uma risada seca e carregada de desdém: — Scarlett, eu só tenho tolerado você por consideração aos nossos pais. Mas, se continuar com essa atitude arrogante, é melhor sair daqui agora. Não quero que papai e mamãe fiquem desapontados ao saberem da filha ingrata que criaram. Scarlett olhou em volta do escritório, seus olhos pousando em um quadro a óleo pendurado na parede — uma obra que seu pai havia pintado pessoalmente. Ela permaneceu imóvel e respondeu com calma: — Mas, desta vez,
Aiden jogou tudo que estava sobre a mesa no chão, com tanta força que o barulho ecoou pelas paredes do escritório. Ele estava tão furioso que parecia incapaz de se controlar. Scarlett ouviu o som vindo de dentro da sala e a voz dele gritando: — Volte aqui agora! Ela sorriu levemente. Já imaginava que Aiden não conseguiria sustentar sua postura de superioridade por muito tempo. Afinal, confiar em alguém de fora da empresa era arriscado demais. Scarlett, por outro lado, não tinha nenhum motivo para trair o Grupo Miller, já que a empresa havia sido fundada pelos próprios pais. Ela voltou ao escritório. Pouco depois, o secretário entrou com o contrato e o colocou na mesa. Scarlett leu rapidamente e assinou sem hesitar. Ela entregou o contrato para Aiden e disse: — Agora, as informações. Aiden a encarou com o rosto fechado: — Eu achava que você realmente não tinha coração. Que sequer queria saber quem fugiu naquela noite. Scarlett franziu os lábios, impaciente: — Não m
Scarlett olhou para fora da porta, pensativa. Talvez fosse o momento de encerrar tudo isso de uma vez. Ela conhecia bem o temperamento de Alexander. Se continuasse a resistir e não admitisse "culpa", ele nunca a deixaria em paz. Agora que tinha conseguido as informações que precisava de Aiden, não havia mais razão para hesitar. À noite, as filmagens aconteceriam em um prédio abandonado, onde seria gravada uma cena na qual a personagem antagonista atraía a protagonista para uma armadilha, colocando-a em perigo, apenas para ser salva pelo personagem principal. Depois que terminaram as gravações, Scarlett ficou esperando para tirar a maquiagem, mas foi ignorada pela maquiadora. Ela percebeu claramente que o clima no set estava contra ela. Era óbvio que Amelia havia espalhado boatos e manipulado as pessoas para que tivessem má impressão dela. Mas Scarlett não se importava. Nunca quis fazer parte do mundo do entretenimento. Quando todos começaram a se dispersar e ir embora, Scarle
Ele sabia que não existia irmã que não pudesse ser controlada. Scarlett, assim como quando era criança, ficava obediente depois de apanhar. Alexander parou e se agachou na frente dela. — Está vendo? Eu te avisei tantas vezes para não me desafiar, mas você nunca escuta. Agora aprendeu, né? Está doendo, certo? Scarlett segurava o rosto com as mãos, chorando com soluços. Alexander deixou um sorriso surgir no canto dos lábios, e sua voz ficou quase suave: — Não chore mais. Eu só te dei uma lição. Não vou te matar de verdade. Afinal, você é minha única irmã de sangue. De repente, Scarlett afastou as mãos do rosto. Não havia nenhum vestígio de lágrimas. Ela olhou diretamente para Alexander e abriu um sorriso radiante. Quando Alexander viu o sorriso dela, um arrepio percorreu sua espinha. Uma sensação de perigo tomou conta dele, e um pressentimento ruim o fez franzir a testa. — Por que está sorrindo? Não apanhou o suficiente? Nesse momento, Amelia apareceu correndo pela esca
Scarlett encarou Alexander, enquanto ele a olhava de volta com o mesmo olhar de ódio. Pareciam dois inimigos mortais. Alexander deu um sorriso frio: — Você pode até não lembrar, mas eu nunca vou esquecer. — Eu não lembro porque não fiz nada. Minha consciência está limpa! — Scarlett afirmou com toda a certeza. Ela sabia que nunca havia feito algo assim. Quando criança, sempre obedecia Alexander, nunca o desafiava, quanto mais traí-lo pelas costas. Amelia, que estava ao lado deles, ficou visivelmente nervosa ao ouvir aquilo. Ela sabia que Alexander não podia continuar falando. Se ele revelasse a verdade, o que seria dela? Ela rapidamente se aproximou e segurou o braço de Alexander: — Alexander, agora não é hora de falar sobre isso. Temos que pensar em como resolver essa situação. A internet toda já viu o vídeo! Amelia não podia deixar Alexander cair em desgraça. Pelo menos até ela conseguir se firmar de vez no mundo do entretenimento, ele não podia se meter em confusão.Ele
De repente, o som de um helicóptero rompeu o silêncio na parte superior do prédio abandonado. Scarlett olhou para o céu escuro da noite e conseguiu distinguir a sombra da aeronave. A cena parecia saída de um filme. Henry desceu do helicóptero com uma expressão séria, o corpo inteiro exalando um ar de perigo. Isaac veio logo atrás, dando instruções: — Dividam-se. Vamos procurar em dois grupos. Scarlett ouviu passos no andar de cima. Ficou preocupada, temendo que não fossem policiais, e decidiu descer. Porém, ao chegar à escada, viu que o prédio já estava cercado por várias pessoas. Henry estava na frente do grupo. Quando viu Scarlett ferida, os olhos dele se arregalaram em choque, e ele acelerou o passo até alcançá-la. A voz dele saiu rouca, carregada de preocupação: — Por que você não me ligou? Ele havia assistido à transmissão ao vivo de Scarlett e só então entendido o que tinha acontecido. Scarlett forçou um sorriso: — Foi tudo muito rápido. Além disso, ela apen
Scarlett afastou com facilidade a mão de Alexander. Com um tom calmo e provocador, ela disse: — Não foi você mesmo que caiu lá e se machucou? Por acaso fui eu quem te empurrou? — Isso só aconteceu por sua culpa! — Alexander gritou, mas a dor do movimento fez com que estremecesse e todo o corpo tremesse de agonia. — Ai, Alexander, o que houve? Não fique tão nervoso, ou o corte no seu rosto vai abrir ainda mais. — Scarlett pressionou levemente o braço machucado de Alexander, enquanto um sorriso malicioso surgia no canto dos seus lábios. — Dói? Bom, é melhor doer mesmo. Alexander não conseguiu dizer uma palavra sequer. Ele estava pálido, com o rosto coberto de suor, enquanto seus olhos, vermelhos de raiva, encaravam Scarlett. — Scarlett, eu vou te matar! Eu vou te matar! — Ele gritou, com todo o ódio que sentia. Sua vida inteira havia sido destruída por ela. Scarlett, sem se abalar, aumentou a pressão no braço dele. Alexander fechou os olhos, incapaz de suportar a dor, e calou
Scarlett ficou paralisada por um momento, olhando para ele de forma distraída. O olhar dela vacilou, e, com a cabeça baixa, respondeu em voz baixa: — Eu não estou bem agora? — E se não estivesse? Não te falei que qualquer coisa, qualquer problema, você devia me ligar? Qualquer coisa que aconteça, eu resolvo por você! — Henry falou com a voz cada vez mais carregada de irritação. Ele não conseguia tirar da cabeça o som que ouviu na transmissão ao vivo, quando Scarlett implorava e gritava de dor. Naquele momento, ele realmente quis matar alguém. Mas, no fim, tudo não passava de um plano dela, uma encenação. Scarlett olhou para os arranhões no joelho e respondeu em um tom baixo: — Mesmo que sejamos amigos, eu não posso te incomodar o tempo todo. Ela se lembrou de como, da última vez, o patrocínio para o time da UFSA veio diretamente da Bordô Maple, por intermédio de Henry. Ela não podia depender dele para tudo. Precisava resolver por conta própria os problemas com a família Mil