Entraram no salão de festas lado a lado com Samuel. Davi foi direto cumprimentar o Sr. Raulino: — Sr. Raulino. O Sr. Raulino respondeu com um sorriso caloroso: — Davi, Samuel, vocês chegaram. — Em seguida, se virou para Kelly e elogiou. — Esse seu filho é realmente extraordinário! Tão jovem e já no comando do grupo, com resultados que deixam os outros da mesma geração comendo poeira. Diferente da minha filha, que passou anos estudando no exterior e ainda não consegue assumir o meu lugar. — Pai, por que está me colocando na conversa enquanto elogia os outros? — Esmeralda, com um blush suave sobre a maquiagem impecável, segurou a manga do pai com um toque de manha. O Sr. Raulino, sendo pai, como não entenderia os pensamentos da filha? Nos negócios, a concorrência sempre existiria, mas enquanto Davi não estivesse casado, ainda haveria uma chance para sua filha. Kelly, junto com a esposa do Sr. Raulino, ficou ao lado, rindo enquanto comentava: — Esmeralda também é muito c
— Você não disse que o Davi não viria? — Valentina perguntou, com uma ponta de irritação. Se soubesse que Davi estaria presente, ela jamais teria vindo com André. André pressionou a ponta da língua contra os dentes, soltou um som de desdém e respondeu com indiferença: — A secretária disse que ele não viria. Se ele acabou vindo, como eu poderia adivinhar? ... Depois de cumprimentar as pessoas necessárias, Davi se sentia cada vez mais vazio. A festa era entediante. Decidiu se livrar de Esmeralda e, junto com Samuel, estava prestes a sair dali. No momento em que se virou, Valentina surgiu de repente, bloqueando o caminho dos dois. — Davi, posso falar com você a sós? — Ela perguntou, num tom suave e suplicante. Samuel arqueou as sobrancelhas, carregado de desdém. — Ué, o que é que eu não posso ouvir? — Eu... — Valentina gaguejou, sem saber como responder. Suas mãos inquietas se torciam diante do corpo, e ela parecia lamentável. — Eu só quero explicar sobre esta noite.
Como pode...A respiração parecia uma faca rasgando a garganta. A dor, que partia do fundo do coração, se espalhou lentamente por todo o corpo. Ele estava no banco de trás, ligeiramente curvado, com a mão grande pressionada contra o peito. Cinco anos depois.Davi estava ainda mais maduro e encantador. No círculo da alta sociedade, muitas damas da elite haviam se apaixonado por ele e tentaram conquistá-lo. Mas ele rejeitou todas, uma a uma. Havia rumores na empresa de que o Presidente Davi não era solteiro e que ele e Valentina já haviam se casado em segredo. Valentina, que antes trabalhava no departamento de marketing, foi promovida a diretora. Sua aparência estava mais refinada, e seu estilo de vestir lembrava cada vez mais Sophia. Ela chegou a fazer pequenos ajustes em suas feições, modelando os traços que não se assemelhavam aos de Sophia com base em fotos dela. No começo, Davi ficava desconcertado ao vê-la. Por um instante, ele acreditava que Sophia tinha voltado, que ela n
— Davi... — Sendo confrontada, Valentina recorreu a Davi em busca de ajuda. Davi, como se não entendesse, disse: — Não é adequado para uma garota com uma aura tão frágil vir ao cemitério. Vou pedir para alguém te levar de volta. O tom não deixava margem para discussão, e rapidamente um segurança de terno preto colocou Valentina no carro. Ela sentou no banco de trás, lançando um olhar ressentido em direção ao cemitério. "Sophia, você já está morta e ainda ocupa o Davi!" A comitiva de carros deixou o cemitério e seguiu rumo ao centro da cidade. O carro de Davi foi direto para o Esplendor do Sol. Ele não havia se mudado de lá, e todos os anos, nesse mesmo dia, tirava folga, adiando qualquer compromisso. Primeiro, visitava Sophia no cemitério e, em seguida, retornava ao quarto da mansão, onde se trancava e permanecia até tarde da noite. Ao abrir a porta, quem o recebeu primeiro foi Lua. Lua era uma gatinha adorável que Sophia sempre quis ter, mas que Davi nunca concordou em
Mas ele raramente sonhava com ela. Será que ela o odiava? Por isso nunca aparecia em seus sonhos? ... País M. Hoje é a festa de aniversário de cinco anos de Aarão e Sérgio. Os dois meninos tinham acabado de vestir ternos infantis idênticos, e seus cabelos macios haviam sido especialmente arrumados por um cabeleireiro, que lhes deu penteados elegantes. Com os rostos idênticos e trajes iguais, quem não os conhecesse bem seria incapaz de distinguir quem era o irmão mais velho e quem era o mais novo. Sérgio, sorridente e cheio de energia, estava escolhendo uma gravatinha. — Irmão, olha essa aqui! É bonita, né? Vamos usar essa? — Ele pegou a pequena gravata borboleta e correu animadamente até o irmão, posicionando o acessório perto da gola dele para experimentar. Aarão, por outro lado, mantinha o rosto sério. Sua expressão fria transmitia uma maturidade incomum para a sua idade. Ele levantou a pequena mão rechonchuda, pegou a gravata colorida e infantil escolhida pelo irmão e
— Não se preocupe, mamãe, eu já estou preparado. — Sérgio garantiu em voz alta. Ele estava decidido a encontrar um namorado para sua mamãe naquela festa. Nas novelas, as protagonistas sempre tinham namorados, às vezes até vários homens disputando para serem os escolhidos. Sua mamãe era a protagonista dele e do irmão, mas não tinha sequer um pretendente por perto. Que triste! Isso deixava o preocupado Sérgio inquieto. Sophia e Letícia seguravam cada uma pela mão uma das crianças enquanto caminhavam em direção ao restante dos convidados. O fotógrafo tirou primeiro uma foto da família reunida no andar de cima e, só depois, todos desceram para a festa. Alguns convidados já haviam chegado cedo e estavam no salão trocando brindes animadamente. Selma, acompanhada de Walter, Sophia e as duas crianças, subiu ao palco central da festa para fazer um discurso, o que levou a celebração ao seu momento mais alto. O trio segurou simbolicamente as mãos dos dois meninos para cortar o bolo, mar
Estendeu a mão para pegar o presente, planejando pedir aos empregados que jogassem aquilo fora depois. Com tantas caixas, não encontrar uma ou duas era normal. Selma interveio a tempo para impedir: — É só um presente. Se o Aarão gostou, o deixe abrir. As pessoas não podem viver com medo de tudo. — Essas palavras eram dirigidas à filha mais velha, Laura. Laura ficou atônita por um instante. Sim, era apenas um presente. Todos vivem no mesmo planeta; no futuro, quando as crianças crescerem, inevitavelmente poderiam se encontrar. Não dava para viver sempre preocupada e com medo. A mão que quase tocava a caixa do presente recuou. Aarão olhou para a avó, depois para a mãe, e então abaixou a cabeça para abrir a caixa. Eram dois relógios telefônicos infantis. O presidente do Grupo Vitalidade, Davi, nunca se importava com os presentes dos parceiros comerciais; os presentes eram sempre escolhidos com cuidado pelo assistente Bryan. Aarão adorou. Ele gostava muito de produtos ele
Ao ouvir isso, Davi não insistiu mais e entrou no carro, partindo diretamente. Quando chegou ao hotel que havia reservado com antecedência, desceu do carro e foi até a recepção buscar o cartão do quarto. Logo em seguida, o carro de Valentina chegou. Ao encontrá-los na recepção, ela comentou: — Davi, se eu soubesse que vocês iam ficar no mesmo hotel, teria pego carona com vocês para vir para cá. Já era coincidência suficiente estarem hospedados no mesmo hotel, mas reservar quartos vizinhos foi ainda mais inusitado. Apoiando a mão na porta, Valentina se inclinou de lado para encará-lo e perguntou: — Davi, que tal jantarmos juntos hoje à noite? Por acaso, conheço um restaurante aqui perto que tem uma comida ocidental deliciosa. Davi já estava com meio corpo dentro do quarto e recusou de maneira fria: — Não, hoje à noite tenho um compromisso de trabalho. — Então eu te acompanho... — Valentina ainda não tinha terminado de falar quando a porta ao lado já foi fechada. Gabr