CAPÍTULO 18— O PREÇO DO SILÊNCIO O som do motor era constante, quase hipnótico, enquanto o carro avançava pela estrada ainda húmida da madrugada. Lara observava a paisagem pela janela, mas não via nada. A mente estava presa ao mesmo lugar desde a noite anterior: o quarto branco do hospital, o cheiro a desinfetante, o corpo frágil da mãe ligado a máquinas que pareciam decidir o tempo em vez dela. — Já estamos perto — disse o motorista, com a voz baixa, respeitosa. Lara assentiu sem responder. As mãos estavam entrelaçadas no colo, frias, apesar do aquecimento ligado. Vestia roupas simples, muito diferentes da imagem pública que agora carregava. Esposa de um dos homens mais poderosos do país… e, ainda assim, filha desesperada de uma mulher que podia não sobreviver. O carro parou em frente à clínica privada. Era um edifício moderno, discreto, rodeado por árvores altas e segurança à porta. Nada ali gritava luxo, mas tudo transmitia controlo. Rafael não fazia nada sem garantir dom
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