Mia Eu entrei no apartamento e corri direto para a porta do quarto. Meu corpo inteiro estava formigando, e meus lábios... meus lábios estavam pegando fogo. Elijah Hale tinha me beijado. O CEO de Gelo tinha me beijado no carro dele, com a paixão de um furacão. Eu mal consegui respirar antes de ouvir o barulho da chave na fechadura. Jana tinha voltado. Jana entrou, fechou a porta e me encarou. Ela não estava mais rindo. Ela estava séria e com as mãos na cintura. — Você está... — Ela apontou para a minha boca. — Você está beijada! Seus lábios estão vermelhos e seus olhos estão de ressaca emocional! O que aquele maníaco possessivo disse e fez no carro? — Ele... ele me beijou, Jana — eu sussurrei, ainda em choque. — Ele me beijou, e foi... — Foi o quê? Inapropriado? Abusivo? — ela exigiu, preocupada, dando um passo à frente. — Não! Foi incrível. Foi possessivo, furioso e inegável. Ele disse que eu tiro ele do eixo, e depois ele me beijou. Eu correspondi, Jana. Eu correspondi

Mia Eu entrei no apartamento parecendo uma fugitiva de filme de espionagem. Eu estava vestindo um blazer de lã pura, impecável e caríssimo de Elijah Hale, que cobria a minha calça social arrebentada. O tecido cheirava a colônia e poder. Jana estava no sofá, assistindo a um reality show, mas se levantou imediatamente ao me ver. — Meu Deus, você está de volta! O que aconteceu? Cadê o Samuel? E por que você está usando a roupa do Chefe? Eu larguei a bolsa no chão e fui direto para a geladeira. Eu precisava de açúcar ou de um choque. — Ele me dispensou por "compromisso urgente" — eu disse, pegando a água. — liguei pra Sara que acreditou. Eu disse que você estava vindo me buscar. — Ótimo, mas o blazer? Ele te deu um presente de despedida? Eu não consegui segurar mais. Caí na risada, uma risada histérica e dolorosa. — Não! Jana, eu arrebentei a calça! Eu estava entrando na sala dele, meu celular caiu, eu me abaixei para pegar, e o zíper simplesmente explodiu. O botão voou! —

Mia Eu agarrei a caneta e me concentrei no relatório de Estratégia B. Minhas mãos tremiam tanto que eu mal conseguia ler as palavras, muito menos absorver o significado de "projeção de crescimento trimestral". Meu batom estava provavelmente borrado, minha camisa estava amassada, e meu corpo ainda latejava com a lembrança do calor de Elijah. Eles estavam a poucos metros de distância, na sala dele, separados apenas pela porta dupla. Eu podia ouvir as vozes abafadas de Elijah e Samuel, misturadas com o som seco de papéis sendo desembrulhados. Eu fingia trabalhar, mas minha audição estava completamente focada na sala. A conversa começou sobre o contrato de Singapura, com termos técnicos sobre finanças que eu mal entendia. Mas então, a voz de Elijah ficou mais baixa e tensa, e Samuel soltou um suspiro audível. — ...Você precisa dar um jeito em Camila, Elijah — disse Samuel. — Ela está aparecendo aqui com mais frequência que o nosso advogado. Ela estava aqui de novo ontem. Meu coração

Mia A frieza do mármore da mesa de Elijah demorou a desaparecer da minha pele, mas o calor de seu corpo era uma lembrança muito mais intensa. Eu estava ofegante, completamente desfeita, e olhando para o meu chefe, que agora parecia tão desgrenhado quanto eu, com a camisa amarrotada e o cabelo fora do lugar. Ele me observava com um brilho nos olhos que era puro triunfo. Ele havia me quebrado. Eu deslizei da mesa e tentei me recompor. A primeira coisa que vi foi minha blusa. Os botões estavam espalhados pelo carpete caro, e o tecido pendia tristemente. Eu agarrei o que sobrou, puxando-o para cobrir o peito. O pânico misturado à determinação de Jana me atingiu. — Precisamos conversar — eu disse, com a voz surpreendentemente firme, apesar do meu estado. Elijah riu, um som rouco e sexy. — Podemos conversar amanhã, Mia. Agora, eu quero... — Não! Agora — eu o interrompi, tentando me vestir. — Se isso é para ser uma distração, vamos ter regras. Eu sou a sua assessora, e você é o

Mia O ar ao redor de Camila parecia gelar. A forma como ela me avaliou, junto com o comentário casual de Samuel sobre Elijah não ter chegado, acionou um alarme vermelho na minha cabeça. Camila não era apenas uma ex-ficante; ela era a rival que eu temi, e ela estava me vendo como uma ameaça. Felizmente, eu não estava sozinha. Jana, que estava a dois passos, observando a interação com a sagacidade de quem lê todas as entrelinhas, agiu primeiro. — Ai, Mia! Chegou a nossa vez, e preciso de ajuda! É urgente! — Jana me agarrou pelo braço com uma força surpreendente, sorrindo falsamente para Samuel e Camila. — Com licença, pessoal, emergência feminina! Jana me arrastou para o banheiro. Assim que a porta fechou atrás de nós, ela sussurrou, furiosa: — Aquela é a Camila, não é? A "ronda o escritório, pensa que é a Sra. Hale"? — Sim! — Eu sussurrei de volta, respirando fundo. — E Elijah está a caminho! Ele não pode nos ver aqui, Jana! Não depois de ontem, e não com essa mulher olh