Mia

Eu cheguei ao trabalho na manhã seguinte com uma armadura invisível. Não era o blazer de Elijah, mas um profissionalismo frio e impenetrável. Eu era a assessora perfeita, a máquina de eficiência, imune a olhares intensos ou a portas trancadas.

Eu tinha um plano, inspirado na sabedoria caótica de Jana: se ele me via como um brinquedo, eu seria o brinquedo mais difícil e caro de se conseguir.

O dia começou.

— Bom dia, Sr. Hale — eu disse, entregando a ele o itinerário do dia, com a voz formal e monótona. Não havia sorriso, nem flerte nos olhos. Apenas trabalho.

Elijah me olhou. Ele esperava um "bom dia" envergonhado, um rubor, qualquer coisa que indicasse que a tarde de ontem o havia afetado tanto quanto a mim. Em vez disso, encontrou uma secretária de volta ao seu posto.

— Bom dia, Mia — ele disse, com um tom um pouco mais suave, testando a água.

— A agenda está ajustada para a reunião de emergência sobre Singapura. O Sr. Samuel está ciente. Os relatórios de Risco C estão na