Ponto de vista de Claire.Naquela noite, Aaron estava diferente.Mais selvagem.Mais intenso.O absoluto governante do império mafioso Moretti me levou ao limite repetidas vezes, como se pretendesse esvaziar cada gota de força que ainda existia em mim.O ar estava denso, com uma mistura pesada de desejo, suor e fumaça de Cohiba envelhado.As chamas da paixão ainda não haviam esfriado na minha pele.Ele se inclinou, a respiração quente e irregular contra meu ouvido.— Claire. — Murmurou ele, a voz baixa e rouca.— Vivian vai voltar em alguns dias.Por um instante, meus pulmões congelaram.Mas a imobilidade durou apenas alguns segundos. Eu forcei minha compostura de volta.O homem que comandava o submundo, seu poder absoluto.Um leve brilho de suor cobria seu peito esculpido, capturando a luz, irradiando um apelo bruto, primal.Tentador, porém perigoso.Mas, em breve, tudo aquilo não significaria nada para mim.Vivian era filha do motorista de Aaron, o homem que levou um tiro por el

Ponto de vista de Claire.Nesses dias, eu comia, bebia e me divertia sem nenhuma preocupação.Já não me importava com as rotinas diárias de Aaron, nem andava na ponta dos pés em torno dos assuntos dele.A vida parecia leve, quase deliciosamente despreocupada.Às vezes, amigas me mandavam notícias sobre Vivian, mas eu apenas sorria e deixava passar.Antes, eu rastrearia cada postagem dela nas redes sociais, rolando foto por foto, procurando qualquer indício dela com Aaron.Depois, eu criaria "encontros casuais", desesperada para que ele percebesse o quanto eu me importava.Mas agora, tudo aquilo parecia totalmente sem sentido.As mensagens das amigas eram vistas e logo esquecidas.Eu praticamente havia apagado a existência deles da minha mente.Lá no fundo, eu simplesmente não me importava mais.Daqui a alguns dias, eu deixaria essa cidade para sempre.Só de pensar nisso, meu peito ficava leve, sem peso algum.Então quando Aaron ligou, algo raro ultimamente, atendi com uma voz aleg

Ponto de vista de Aaron.A voz do outro lado era afiada o bastante para cortar o ar.— Adeus, meu ex.Então… silêncio. O tom plano da desconexão vibrou contra meu ouvido.Tentei ligar de novo. A linha estava fora do ar.Meu ex…A caixinha do anel pressionava minha palma; olhei para baixo e vi a leve marca deixada ali.Dentro, o diamante rosa captava um brilho de luz impecável, raro, maior que o que Vivian usava.Eu o comprara de um colecionador privado, imaginando colocá-lo no dedo de Claire eu mesmo, selando um novo começo.E agora… ela me chamara de ex.Ela realmente quis dizer aquilo.Eu não era mais nada dela.Encarei Bella; um calor subiu atrás dos meus olhos.— Onde ela está? — Minha voz saiu baixa, perigosa, do tipo que vem antes de algo quebrar.Estendi a mão para agarrá-la, mas me detive no meio do movimento, os dedos se fechando num punho antes de caírem ao lado do corpo.Ela recuou, os olhos arregalados, mas desafiadores.— Ela não me disse. Só falou que pegari

Ponto de vista de Claire.Quando acordei, o mundo parecia inquietantemente imóvel.Minha cabeça pesava, meus pensamentos flutuando entre a lucidez e a névoa.A última imagem na minha mente era Aaron inclinado sobre mim, pressionando uma toalha contra meu rosto, seu leve cheiro químico grudando na minha pele antes de tudo escurecer.O quarto ao meu redor era desconhecido.Refinado demais, perfeito demais para pertencer a mim.Cortinas creme balançavam suavemente com a brisa, roçando em móveis de mogno que reluziam sob uma luz suave e calculada.Cada detalhe sussurrava controle. Dele.Meus dedos hesitaram na maçaneta, meio esperando que estivesse trancada. Não estava.A porta cedeu facilmente, e eu saí.Ele estava me esperando.Sentado no sofá lá embaixo, como se fosse um dia perfeitamente comum.Quando levantou o olhar, algo indefinível passou por seu rosto.Então ele sorriu, caminhou até mim, abaixou a cabeça e pressionou um beijo na minha testa.— Finalmente acordada. — Ele murmu

Ponto de vista de Claire.O carro do Capo cortava a noite, os postes de luz ficando para trás em um borrão.Aaron me segurava perto, seus beijos leves espalhados pela minha bochecha, cada um carregando uma ternura que fazia meu peito doer.— Eu cheguei tarde… me desculpa de verdade. — Ele murmurou, a voz baixa, quase quebrando.Havia tanta coisa em seus olhos.Amor, preocupação, uma vulnerabilidade que ele raramente deixava alguém ver.Meu coração vacilou, um pequeno e involuntário tremor.Ergui a mão, meus dedos roçando sua mandíbula.— Está tudo bem. — Eu disse suavemente. — Ela nem me machucou de verdade.Ele baixou o olhar, soltando um suspiro desigual.— É minha culpa. Eu juro, não vou deixar que você se machuque de novo. Nem um pouco.Então ele encostou o rosto no meu ombro, seu corpo tremendo só um pouco.Soltei uma risada leve, quase incrédula.— Engraçado… eu me machuco, e ainda assim é você quem desmorona.Ele não respondeu, apenas apertou o abraço, como se minha segu