Gabriel O silêncio depois daquela promessa parecia pulsar no ar, mais forte que o estalo da lareira ou o som da chuva lá fora. Eu ainda a segurava nos meus braços, sentindo o calor do corpo dela contra o meu, e pela primeira vez em muito tempo não me senti apenas protetor, mas desejado. Nossos olhares se encontraram, e não havia mais espaço para palavras —só para a necessidade urgente de aliviar a dor com prazer. A proximidade se transformou em tensão, e a tensão em desejo. Quando meus dedos deslizaram pela nuca dela e meus lábios tocaram os seus, entendi que aquilo não era só consolo: era fogo, era redenção, era a chance de esquecer, nem que fosse por algumas horas, tudo o que nos machucava. Era como se, naquele instante, todo o peso do passado tivesse se dissipado, dando lugar a uma urgência nova, quase selvagem, de viver o presente. Nossos olhares se encontraram, e não havia mais espaço para palavras Ela ia dizer algo, talvez hesitar, mas interrompi com um beijo quente, profund
Ler mais