O carro percorreu a rua estreita com uma lentidão que parecia respeito. O bairro antigo surgia como um quadro guardado no fundo da memória — os portões baixos, as fachadas simples, o cheiro de pão misturado (incluir outo aroma aqui, não gostei da sugestão de sabão de pedra) Quando o carro parou, Bianca desceu com cuidado, segurando a bolsa contra o peito. Lúcia já esperava no portão, enxugando as mãos no avental.— Minha menina… — disse ela, abrindo os braços antes mesmo de Bianca chegar. — Achei que ia chegar mais tarde.Bianca deixou-se envolver. O abraço era firme, conhecido, o único lugar onde ela não precisava pensar em postura.— Vim direto da escola — disse Bianca, a voz baixa.Entraram. O corredor era o mesmo, o piso rangia nos mesmos pontos, as janelas deixavam entrar a mesma luz quieta da tarde. Mas havia algo diferente — em Bianca, não na casa.Lúcia percebeu. Não comentou. Apenas pousou a mão nas costas da menina e a guiou até a cozinha.— Fiz torta de maçã. Se não comer,
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