Capítulo 33 — Chefe?Narrador:Sofia estacionou o carro na entrada do prédio e, antes de desligar o motor, ficou um instante com as mãos no volante. O couro ainda guardava o calor de Renzo, seu cheiro impregnado no interior. Ela apertou os lábios e balançou a cabeça negativamente.—Chega... —murmurou, como se pudesse sacudir cada vestígio dele.Pegou as chaves, saiu e atravessou o hall com passos rápidos. O elevador a levou silenciosamente até seu andar. Assim que a porta do apartamento se fechou atrás dela, soltou um longo suspiro e deixou cair as chaves sobre a mesa. Tirou o casaco com um gesto brusco, depois o coldre com as armas, que deixou sobre o encosto do sofá. Deitou-se na poltrona, com as pernas abertas e os cotovelos nos joelhos. Esfregou o rosto com as mãos, arrastando-as para trás.—Que diabos estou fazendo? —disse a si mesma, com a voz rouca.Tirou o elástico do rabo de cavalo e soltou o cabelo, sacudindo-o com raiva. O gesto a aliviou um pouco. Inclinou-se para a frente,

Capítulo 35 — Nem uma balaNarrador:— Vanya... — sussurrou Renzo, rouco, com aquele sorriso perigoso que parecia misturar gratidão e condenação.Sofia sentiu o chão se mover sob seus pés. Seu coração batia tão forte que ela mal conseguia respirar. Ela quis se afastar, inventar um gesto brusco que apagasse o que acabara de fazer, mas ele já a havia lido, já a havia sentido. E em seu olhar havia algo que a desarmava mais do que a dor, mais do que o sangue. Renzo levou sua mão boa para a nuca dela, prendendo-a sem lhe dar escapatória. Ele a atraiu para si e seus lábios se encontraram com uma violência desesperada, como se tivessem esperado por muito tempo. O beijo não foi suave nem calculado: foi um choque brutal de bocas, um reclamo. Sofia gemeu contra ele, tentando empurrá-lo no início, mas seu próprio corpo a traiu. Ela agarrou seu rosto com as duas mãos, aprofundando o beijo com a mesma raiva. Suas línguas se procuraram com uma fome insuportável, como se não tivessem outra chance de

Capítulo 37 — Eu sonhei... ou isso realmente aconteceu?Narrador:Sofia voltou para o quarto e sentou-se na beira da cama. Olhou para o curativo limpo, a respiração regular, e mesmo assim o coração continuava batendo como se fosse se partir. Puxou o lençol até cobri-lo bem e, após um segundo de hesitação, deitou-se ao seu lado.Acomodou-se lentamente, colando-se a ele, apoiando a testa no ombro saudável. Olhou para ele de perto, tão perto que podia contar seus cílios. Estendeu a mão e acariciou seu rosto com as pontas dos dedos, um toque lento, quase trêmulo. Depois, deu-lhe um beijo rápido na bochecha, outro na têmpora.— Eu te amo loucamente... — murmurou ela, com um nó na garganta — e agora que te tenho, nem pense em me deixar. Você já fez isso uma vez, e eu não vou sobreviver a outra.Ela o abraçou com força, fechando os olhos, como se seu próprio corpo pudesse prendê-lo à vida. Beijou sua clavícula com um leve toque, apenas um sopro, e fechou os olhos. Sua respiração foi se sincro

Capítulo 39 — Surpresa desagradávelNarrador:Renzo a guiou de volta ao carro, ainda abraçando-a, e a acomodou no banco do motorista. Sofia ligou o motor sem dizer nada, com o olhar fixo na estrada. Ele recostou-se no banco e levantou a mão para acariciar sua bochecha.— Não me acostumo a ver você assim, ragazza... com lágrimas nos olhos.Ela inclinou a cabeça, prendendo os dedos dele entre a bochecha e o ombro.— Não se iluda — sussurrou ela, com um fio de voz — Não choro por qualquer um.Renzo sorriu de lado.— Não gosto que você chore, cara mía, e menos ainda por mim, non ne vale la pena. Sofia revirou os olhos, mas virou o rosto e beijou seus dedos suavemente. Ele soltou um grunhido rouco. —Porca miseria, Vanya... não faça isso se quiser que eu me comporte bem. —Então se comporte da mesma forma —replicou ela, séria, embora seus lábios roçassem seus nós dos dedos novamente.O GPS interrompeu o silêncio com sua voz mecânica: “A 500 metros, vire à direita.” Sofia soltou uma risada bre

Capítulo 41 — O seu forte são as rainhasNarrador:Renzo não respondeu com outra provocação nem com sarcasmo. Simplesmente pegou-lhe na mão. Os seus dedos, quentes, envolveram-na com uma calma que Sofia não conhecia. Sem soltá-la, ele a guiou pelo corredor até o quarto principal da propriedade. O quarto era banhado pela luz suave de lâmpadas baixas, decorado com tons escuros e sóbrios, muito ao gosto dele. Ao fechar a porta, Sofia esperou um ataque, uma ordem, um acesso daqueles que a arrastariam sem tempo para pensar. Mas, em vez disso, ele a encostou suavemente contra a madeira e, com um gesto surpreendentemente contido, roçou seus lábios com os dele.—Renzo... —murmurou ela, desconfiada.Ele não respondeu. Beijou-a lentamente, com uma paciência perigosa, como se cada segundo valesse mais do que o anterior. Não havia fúria, não havia urgência. Apenas um beijo úmido e profundo, que a desarmava mais do que qualquer arrebatamento. Seus lábios se moviam lentamente, como se ele quisesse t