A travessia durou o que pareceram ser séculos. O pequeno escuna, batizado de O Errante pelo velho e taciturno capitão, cortava as águas escuras do Atlântico em direção ao sul, para um destino que só existia nos mapas rabiscados de uma mulher morta e na memória milenar de um vampiro. A vida a bordo se tornou uma rotina de claustrofobia e vigilância silenciosa.A Rotina do ExílioSophia passava o dia na cabine minúscula, onde o cheiro de mofo e peixe seco se misturava ao salitre. A cabine, espremida sob o convés, era um forno úmido ao sol. Ela se movia em um espaço reduzido, sempre em alerta, como um pássaro enjaulado que, a qualquer momento, esperava ser caçado. Sua única companhia era o Registro Halloway e a rosa murcha, o último fragmento de Diana.Alaric, por sua vez, habitava o convés superior. Ele era a sombra alongada da vela principal. Durante o dia, ele se reclinava sob a cobertura improvisada, seu corpo de mármore em repouso forçado, mas nunca em paz. Sophia
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