BASTIÁN LEBLANCDecidi que tinha que retomar minha vida da melhor maneira possível, então fui direto para o hospital, com a mente confusa, o cansaço pesando sobre meus ombros, mas com a determinação de ver Andy e mostrar a ela que ainda éramos uma família. Fui direto para o quarto de León, esperando encontrá-la lá, mas, em vez disso, fui recebido pelas vozes alegres das crianças.— Bastián! —exclamou Victoria ao me ver, correndo ao meu encontro para me abraçar. León, da cama, também sorriu para mim, embora sua expressão denotasse cansaço.— Como você está se sentindo, leoncinho? — perguntei, acariciando suavemente seu cabelo. Não pude evitar notar todas as semelhanças com Damián em seu rosto, mas seus olhos, daquele azul tão intenso, continuavam sendo de Andy.— Pior do que ontem! — exclamou ele, fazendo um beicinho encantador. Meu corpinho dói e estou com náuseas... mas o médico disse que logo estarei melhor e poderei voltar para casa — acrescentou com um pequeno sorriso cansado.— V

DAMIÁN ASHFORDQuando cheguei ao quarto do hotel, encontrei um ambiente cuidadosamente preparado. Luzes suaves, pétalas de rosa espalhadas sobre a cama, uma garrafa de champanhe com duas taças servidas na mesinha de cabeceira. Meu coração batia forte no peito.Andy. Minha pantera indomável. Ela sempre conseguia me surpreender.O momento parecia irreal. Eu finalmente poderia tocar sua pele? Eu finalmente poderia chegar onde sempre sonhei? Só de imaginá-la aceitando se despir diante de mim, minha pele arrepiava e o desejo aumentava. Não pude evitar sorrir de lado e pensar que seria bom ter mais um filho. Era muito cedo? Talvez, mas eu realmente desejava ter mais filhos com ela, construir uma vida ao lado dela. Ter tudo.Mas algo me incomodava. Olhei ao meu redor e suspirei, sentindo que talvez aquele não fosse o momento certo. Lá estava novamente aquela responsabilidade paterna e a imagem dos gêmeos afastando da minha mente aqueles pensamentos lascivos que eu tinha com Andy. Aproximei-m

DAMIÁN ASHFORDAcordei com a cabeça girando, a boca seca e um peso estranho no corpo, como se tivesse ficado submerso na água por horas. Levantei-me com dificuldade, levando a mão ao rosto, tentando dissipar a névoa em minha mente. Pisquei algumas vezes até que minha visão clareasse o suficiente para perceber que minha camisa e meu paletó estavam jogados no chão e senti uma onda de raiva no peito. Por sorte, minhas calças ainda estavam no lugar certo.Afastei o lençol bruscamente e me levantei, quase cambaleando. O que diabos tinha acontecido? A última coisa de que me lembrava era Mindy enquanto eu perdia o controle do meu corpo. Revisei o quarto com a urgência de um animal encurralado. Comecei a abrir gavetas, a procurar entre as roupas espalhadas, o quarto estava se transformando em um caos completo até que vi uma bolsa escondida atrás da cômoda. Peguei-a sem hesitar e a abri. Dentro, encontrei um frasco de comprimidos que não reconheci. Minha visão ainda estava embaçada, mas não pr

DAMIÁN ASHFORD— Você acha que vou confiar em um papel que você certamente poderia ter alterado? Isso é falso... — sussurrei, tentando me convencer.— Você gostaria... — ela disse com um sorriso vitorioso e acendeu um cigarro. — Seu pai não amava sua mãe o suficiente e, infelizmente, minha mãe não se amava o suficiente. Ela acreditava que a única coisa que precisava e merecia dele era o amor dele. Que absurdo! Não é?— Você está mentindo! E eu já estou cansado de ouvir você. — Levantei-me abruptamente da cadeira enquanto batia com raiva na mesa. — Você não vai vir aqui manchar o nome do meu pai só para tirar dinheiro de mim. Eu não sustento parasitas.Meu pai tinha sido um homem de valores, um pai carinhoso e um marido fiel, embora a atitude da minha mãe tornasse isso difícil, nunca acreditei que ele fosse capaz de traí-la.— Você não se lembra dos últimos anos do papai, quando ele passava seis meses em “viagens de negócios”? — Apesar da minha atitude explosiva e violenta, ela permane

ANDY DAVISFiquei parada, vendo-o ir embora, sem explicações nem intenções de se justificar. Parecia que ele só tinha vindo para bater no Bastián. De repente, senti um par de mãos quentes nos meus ombros, era o Bastián, que parecia sentir pena de mim. Ele me levou para dentro do apartamento e me sentou no confortável sofá.— Por que você saiu assim? — perguntou ele, vendo meu lençol e bufando enquanto minha pálpebra inferior tremia. — As pessoas vão pensar que nos interromperam em um momento íntimo.Imediatamente fiquei envergonhada e desviei o olhar.— Desde que nós dois sabemos que não há nada entre nós, acho que isso é suficiente — declarei e notei a tristeza em seu rosto. Eu ia tomar banho, mas a água quente acabou. Então ouvi a confusão, quis vestir alguma coisa, mas as roupas que estavam sobre a cama tinham desaparecido e depois ouvi o barulho. Só tive tempo de vestir o lençol e ver o que estava acontecendo.Seu rosto ferido me encheu de dor. O que havia acontecido com Damián? P