AnnaEstou em frente à janela, olhando para fora com uma expressão triste, pensativa, revivendo tudo que aconteceu. Ao mesmo tempo não consigo tirar a expressão de tristeza que eu vi no rosto de Hassan. Ele deve ter tido uma conversa dura com seu pai, está tudo contra ele e só pensei em mim quando enfrentei Latifah.Agora estou aqui, me sentindo arrependida pela minha atitude e ao mesmo tempo sei que não escolhi essa vida para mim.Será que irei me adaptar?A porta se abre. Hassan surge no quarto. Fecha a porta. Quando ele se vira para mim, imediatamente vou até ele com os olhos cheios de lágrimas. Hassan abre os braços e eu me afundo neles.—Anna —Hassan diz de um jeito triste e beija meusEu o abraço mais apertado. Não consigo dizer nada. Não consigo pedir desculpas pela minha atitude. Meu coração sabe que Hassan provocou tudo isso, quando me trouxe para uma realidade tão diferente da minha; ao mesmo tempo meu coração reconhece, o quanto esse homem me ama.—Hassan...não precisa dize

Até agora estou tentando entender o que ele quis dizer com isso. Cheguei a perguntar para Hassan, mas ele apenas me beijou e me disse para eu não me preocupar com isso. Afasto esses pensamentos e pego o lenço nas mãos. Mas ao invés de colocá-lo, me vem aquela preocupação com Hassan.Ele deveria estar feliz com a paz reinante na casa: sua mãe está mais tranquila, seu pai me chamou para conhecê-lo, mas ele não parece estar vivendo um bom momento. Às vezes o observo preocupado com algo, pensativo.Talvez não seja algo para me preocupar, a razão deve ser a doença do Sheik.Tenho feito minha parte. Tento não passar mais inquietações para ele e sempre me faço de satisfeita com minha vida, embora eu não consiga ainda sentir aquela sensação de plenitude que tínhamos quando morávamos na Califórnia. Talvez até eu a encontrasse, se morássemos sozinhos. Penso enquanto coloco o lenço. Não preciso dizer que o que tem me feito suplantar as dificuldades são os momentos que passo com Hassan. Dou um

Dia seguinte...AnnaMeu corpo se arrepia inteirinho quando me deparo com Hassan vestido com roupas reais. Por cima do camisolão branco(Kandoora)ele usa um manto negro com dourado (Bisht). Um lenço nos cabelos(gtrah) e um arco negro sobre ele. (igal).Nunca o vi tão árabe em toda a minha vida. Conserto minha postura esforçando-me a respirar normalmente.—Aonde... você vai vestido assim?—Não vou a lugar nenhum. Terei uma reunião com os chefes das famílias de Sunar na ala norte do palácio.—Deve ser muito importante.Hassan dá um leve sorriso.—É... vem aqui. Parece que está com medo de mim?Eu me aproximo dele lentamente.—Você parece tão majestoso nessas roupas.—Eu sou a realeza. Você não pode se esquecer disso. E se casando comigo, você se tornou também.Eu assinto para ele ainda um pouco distante. Hassan abre os braços para mim.—Vem, deixa de frescura e me dá um abraço.—Não vai amassar?—Não! E ainda que amasse, agora eu preciso do seu abraço.Eu vou até ele e o abraço forte. Ha

Ele se deita de novo na cama e eu saio dali consciente do peso insuportável que coloquei sobre seus ombros. Ele mal se aguenta sem suas crises físicas, devastado pela enfermidade, e agora eu coloco sobre ele preocupações do futuro do clã de Sunar.Era mais fácil cuidar da nossa multibilionária empresa nos Estados Unidos, A UFMI, a nossa indústria de tecnologia voltado para a captação de petróleo assegurando seu bom andamento, do que a pressão que eu estou passando com seu pedido agora.No lugar da minha liberdade, de poder levar uma vida mais ocidental ao lado da minha esposa, surgiu um curso inesperado.Uma responsabilidade indescritível. Só quem vive minha cultura entende o peso que é ser o futuro Sheik de Sunar.Há muito tempo atrás, morar aqui definitivamente, assumir o lugar do meu pai na política, nos negócios era um espectro para um futuro distante. Não imaginei que um mês depois do meu casamento meu pai ficaria doente, me obrigando a voltar.Sei que meu pai tem razão. Faz part

—Você não fará isso.—Como sabe?—Porque no fundo você tem medo de engravidar. De se ver presa a Hassan. Tem medo de que eu esteja certa e ele ter que assumir a segunda esposa.Eu meneio a cabeça e me afundo no banco.—Sabe qual é a solução para vocês? Você deixá-lo ou aceitar que ele se case novamente.— Outra mulher? Isso nunca!—Então convém deixá-lo.Fecho os olhos.—Deixá-lo? —digo como que para mim mesma.—Sim, mas não digo pedir o divórcio, porque do jeito que ele está obstinado, ele negaria. Esconderia o passaporte com medo de você fugir, seria pior. Mas digo sair da vida dele. Cortar o mal pela raiz. Pense nisso Anna. E por favor, não fale para Hassan que saímos. Não me coloque em uma má situação com ele. Meu ato de te trazer para as ruas foi apenas para abrir seus olhos. De alguma forma faça-o se abrir com vocêEu olho para ela com os olhos vidrados.Parece outro pesadelo.Desde que vim para esse país tem sido assim.Penso em Hassan. Realmente ele anda abatido e tenho notado