O rosto de Hassan se torna mais sombrio e triste. Ele olha para mim por um tempo e então se vira e entra no closet. Sentindo-me triste, tento buscar paz para o meu coração aflito e sigo até à área de descanso, me sento na espreguiçadeira em frente à piscina.Deus! Espero que Latifah esteja errada. Que Hassan pense em deixar seu governo. Ou que a ameaça da segunda esposa não exista. Clamo por isso a Deus e limpo uma lágrima que desce.HassanSaio do closet. Passo pelo quarto. Anna não está nele. Entro no banheiro contemplativo. Anna está tão diferente, tão triste e isso está acabando comigo.Se eu pudesse faria uma viagem com ela. Para a Califórnia, para o lugar que ela quisesse. Eu a tiraria daqui, desse ambiente para ela espairecer. Mas meu pai doente e os negócios atrasado me prendem aqui.Fora isso, como posso viajar carregando nos ombros um grande problema, que ainda não foi solucionado, que é o fato de Anna não engravidar?Todos os olhos estão voltados para mim e esperam que e

Três dias depois...AnnaLatifah continua me dando o anticoncepcional, agora o tomo consciente. Não tive oportunidade de fugir ainda. Estamos esperando o melhor momento para minha fuga. Hassan anda muito agitado, ele entra e sai do escritório. Às vezes me procura pela casa e conversa comigo como se precisasse disso.É triste olhar para ele sabendo o que vou fazer. Mas não tem jeito. Tudo é contra nós. Nossa conversa mesmo, o outro dia foi bem esclarecedora.Estou pensando nisso quando Latifah surge no meu quarto e me pega pelo braço.―Venha comigo.―Aonde?―No quarto do Sheik. Quero que ouça uma conversa. Rashid acabou de me dizer que o olheiro está aí. Isso significa que as coisas não estão boas para o lado de Hassan. Ele terá que tomar uma atitude.Eu fungo.―Eu não preciso ouvir conversa nenhuma, eu vou sair da vida de Hassan. Vocês venceram.―Tem certeza de que não quer se inteirar mais das coisas? Quanto mais você souber, menos dor você sentirá quando deixá-lo.Eu fungo.―Tudo be

HassanComo de costume vou até o quarto buscar Anna para almoçarmos juntos. Logo que entro nele me deparo com suas roupas espalhadas pela cama. Um sentimento ruim me toma e meu coração dispara em meu peito.Se acalme! Ela deve estar arrumando as roupas.Abro a porta do closet que está semiaberta, está tudo escuro. Saio à procura dela no banheiro e na área de lazer.Nada!Volto para o closet e acendo as luzes. Imediatamente olho a gaveta que fica meus documentos e os de Anna. Vou direto nela. Vejo o meu passaporte, mas o dela não. Meu coração para um segundo no meu peito, se apertando em pura angústia. Depois volta a bater de um jeito ruim, frenético se enchendo de terror.Tantos sentimentos me tomam que me sinto mal e seguro-me no móvel para não cair.Saio do closet cambaleando e me sento na cama tentando me acalmar, controlar minha respiração. Não pode ser!Passo a mão nos olhos e tento me recuperar do baque, embora os sinais sejam tão evidentes. Ainda digo para mim que isso é um en

Os três meses que seguiram com sua partida foram os piores. A morte de meu pai e sem notícias de Anna contribuíram para eu cair em depressão. Tentei me apegar ao trabalho para espantar minha tristeza, mas isso não adiantou.Quatro meses depois eu desabei. Além da depressão que já me dominava, eu fiquei seriamente doente. Peguei uma forte pneumonia. Ela sarou, mas meu coração não.Cinco meses eu estava melhor de saúde, mas ainda quebrado.Eu precisava reagir.Um sentimento de revolta começou a crescer dentro de mim, por tudo e por todos. Principalmente por mim, por eu não ter me atentado para o sinal de perigo quando conheci Anna. Ela era diferente. Linda, tentadora e atraente demais para eu ter insistido em tê-la para mim. Deveria ter me atentado as palavras de meu pai que um dia me disse: “Não se deixe levar pela carne, ela te domina quanto menos você esperar e, então, você se verá preso por ela. E o que está na mente desce para o coração. E se aloja ali e então você estará perdido.

AnnaNão me senti indiferente quando pisei no solo de Marraquexe. Foi como abrir uma porta para o passado. Meu corpo estremeceu, meu coração apertou em angústia e depois bateu agitado de ansiedade enquanto meu estômago se revirava.Logo que cheguei ao hotel, percebi que não estava hospedada em qualquer hotel. Um guia turístico ao meu lado na recepção começou a falar sobre o Kasbah:—Esse hotel pertence à família real Kabal Al-Assad. Quem administra é Hassan Kabal Al-Assad, futuro sheik de Sunar e filho do falecido Sheik Rashid.Eu pisco com a informação e me apoio na pilastra do hotel, me sentindo ligeiramente mal. O guia continua:—Há uma semana atrás ocorreu aqui um grande evento. A tão esperada reunião dos chefes de família com suas lindas filhas para que Hassan, o futuro sheik de Sunar, escolhesse apenas uma para se casar. E a grande felizarda, a escolhida pelo príncipe Assad foi Aysha Jamal Adibe, filha de Kalil Jamal Adibe. Um chefe de família importante aqui na nossa região.Ha