Capítulo 82 — O Laço se ApertaA madrugada parecia segurar a respiração. O silêncio nas ruas contrastava com a adrenalina que corria pelos nervos de Miguel, Helena e os poucos agentes que haviam sido destacados para a missão. A descoberta do marcador metálico no meio dos destroços do incêndio havia aberto uma janela improvável, mas real: ele apontava para uma oficina de barcos, usada para reparar embarcações pequenas. E uma das últimas consertadas ali pertencia a um homem que, segundo as fichas, era conhecido como Lázaro, um dos braços fortes de Ricardo.Miguel ajustou o colete tático, seu olhar duro refletindo não apenas a determinação, mas também o peso do risco. Ele sabia que não era uma missão comum: capturar um capanga como Lázaro significava, ao mesmo tempo, uma oportunidade e um perigo. O homem tinha fama de ser violento e imprevisível, mas, acima de tudo, leal ao chefe.Helena, embora não portasse armas, insistira em estar presente. Ela não suportava mais assistir passivamente

Capítulo 84 – A Caçada ComeçaA madrugada ainda carregava aquele silêncio pesado quando Helena abriu os olhos. O coração pulsava acelerado, mesmo sem motivo aparente. Desde o ataque mais recente de Ricardo, ela não conseguia dormir profundamente. O medo não era só por ela — era pelo que poderia acontecer com Miguel e com todos que haviam decidido lutar ao seu lado.O relógio marcava pouco mais de cinco horas da manhã. Helena levantou, foi até a janela e olhou para a cidade que parecia adormecida, mas para ela cada sombra escondia um inimigo. O nome de Ricardo ecoava em sua mente como uma ferida aberta. Ele estava em algum lugar, rindo, planejando, e esse pensamento corroía sua paz.Miguel apareceu logo atrás dela, ainda com o cabelo bagunçado, mas os olhos atentos. Colocou uma das mãos no ombro dela e disse num tom firme, mas carinhoso:— Você não precisa carregar isso sozinha, Helena. Hoje vamos reunir todos. Não importa onde Ricardo esteja, vamos achá-lo antes que ele faça mais uma

Capítulo 86 – O Ataque nas SombrasA madrugada caía pesada sobre a cidade. O céu, encoberto por nuvens grossas, parecia prenunciar uma tempestade. Dentro da casa, Helena mal conseguia dormir. Cada estalo da madeira, cada sopro de vento, fazia o coração dela acelerar. Ao seu lado, Miguel permanecia acordado, olhando fixamente para a escuridão pela janela.— Ele está perto, Helena — murmurou Miguel, quase como um presságio. — Eu consigo sentir.Helena, firme, segurou a mão dele.— Se Ricardo vier, não vai nos encontrar despreparados.Mas a confiança dela foi testada minutos depois. Um som metálico ecoou do lado de fora: o estrondo de correntes arrastando pelo chão. Antônio, que fazia a vigília, correu até a porta com a arma em punho. Clara, assustada, acendeu a lanterna e iluminou o quintal.A luz revelou algo perturbador: uma cruz de madeira fincada no solo, encharcada de sangue animal. Presa a ela, uma placa rudimentar trazia a inscrição:“Se eu não posso ter paz, vocês também não ter

Capítulo 88 — A Armadilha QuebradaA cidade parecia conter a respiração naquela noite. As luzes arremessavam sombras compridas pelas ruas; até o vento parecia hesitar antes de atravessar os edifícios. O plano estava montado com cuidado, e por semanas haviam trabalhado nos detalhes: rotas de fuga monitoradas, pontos cegos mapeados, um esquema de comunicação entre os aliados e o apoio oficial disfarçado — tudo para que, finalmente, pudessem forçar Ricardo a sair da toca.No centro do plano havia uma isca: um contato falso, uma entrega que supostamente traria suprimentos e informações que ele tanto valorizava. Clara, com mão trêmula, simulou mensagens eletrônicas e rastros digitais para tornar o rastro irresistível. Antônio garantiu que o perimetro externo estivesse vigiado por olhares amigos. Miguel organizou a equipe operacional: ele e Helena seriam a linha de confronto inicial; Roberto e Camila ficariam como força de contenção; dois policiais de confiança estariam prontos para entrar

Capítulo 90 – O Contra-AtaqueO sol nasceu trazendo pouca luz para os corações de Helena e Miguel. A noite anterior havia sido marcada pelo terror, com Ricardo e seus homens quase destruindo a paz que eles estavam tentando reconstruir. Ainda assim, quando os primeiros raios iluminaram a vila, Helena decidiu que não poderiam mais apenas esperar os ataques. Era hora de contra-atacar.O plano começaNa casa parcialmente destruída, Clara estendeu um mapa sobre a mesa improvisada.— Ricardo não está se escondendo muito longe. Fontes dizem que ele montou um esconderijo em um galpão abandonado na estrada velha.Antônio, com o rosto cansado, bateu com o punho sobre a mesa. — Então é lá que temos que ir. Ele já fez demais.Miguel cruzou os braços, o olhar firme. — Não podemos atacar de qualquer jeito. Ricardo é imprevisível, mas não burro. Se montou um refúgio, é porque preparou armadilhas.Helena observava todos em silêncio, sentindo o peso das decisões. Em sua mente, o rosto desfigurado de R