CRISTINA SANTIAGOAs palavras dele caíram sobre mim como ácido, dissolvendo qualquer calor, qualquer esperança, qualquer ilusão de ternura que eu possa ter alimentado.Seu passado imundo.Não a mentira da mídia. Não a calúnia de Heitor. Meu passado. O passado onde eu fui traída, humilhada, difamada e descartada? Esse passado ao qual ele se refere? Para onde foi o homem que, há poucos dias, deitou a cabeça em minha barriga e sussurrou promessas? Em seu lugar, estava este estranho. Um monstro frio, cujos olhos me olhavam não como sua esposa, mas como um ativo defeituoso que estava manchando sua linhagem.Olhei para a mão dele, os dedos ainda cravados em meu braço, deixando marcas que eu sabia que ficariam roxas. Então, levantei meu olhar para o rosto dele.— Imundo? — repeti, e minha voz não tremeu. Estava baixa, desprovida de qualquer emoção. — Você se refere ao passado onde eu fui traída pelo meu marido e pela minha própria irmã? Onde eu fui humilhada e expulsa da minha casa? É esse
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