Miranda Araújo. Aproximei devagar até o balcão, com coragem… continuei encarando o cartaz... Aquilo parecia ter sido colocado ali de propósito, como se estivesse me esperando. Sorri, pensando ser um presente divino.Um senhor de cabelos grisalhos e olhar calmo se aproximou, ajeitando o avental manchado de vinho.— Boa noite, senhorita. O que vai querer? — perguntou, simpático, mas sem disfarçar o cansaço nos ombros.Engoli em seco. — Na verdade… eu não vim comer. — Hesitei, depois apontei para o cartaz. — Eu vi que estão contratando.Ele arqueou as sobrancelhas, me analisando de cima a baixo. E então sorriu de leve, quase desconfiado.— Você não é daqui, né? — disse, captando o sotaque no mesmo instante.Balancei a cabeça. — Me mudei há pouco tempo. — ele assentiu. — Experiência com restaurante? Com pratos, bebidas, atendimento?Quase travei, mas respondi.— Não, senhor. Não em restaurante. Mas já trabalhei em cafeterias… Eu era atendente, ficava no caixa, fazia a limpeza, estoq
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