A mansão estava silenciosa naquela noite. Sofia havia viajado para ajudar a família com a mudança para a cidade, e Ana dormia no quarto ao lado, envolta em seus lençóis cor-de-rosa e sonhos infantis. Pedro, sozinho no quarto amplo e frio, sentia o peso da ausência como nunca antes.Sentou-se na poltrona perto da janela, com um copo de uísque na mão, observando a chuva fina que escorria pelo vidro. A cidade parecia suspensa em melancolia, e ele, pela primeira vez em muito tempo, permitiu-se mergulhar em pensamentos que sempre evitou.Isabela.Seu nome ecoava como uma nota esquecida de uma música que ele nunca aprendeu a tocar. Pedro começou a se lembrar de momentos que, até então, pareciam irrelevantes. Pequenos gestos, tentativas sutis de aproximação, conversas que ele ignorou por estar sempre ocupado demais, distraído demais, egoísta demais.Ela havia tentado contar sobre seu trabalho antes de se tornar secretária no Grupo Santos. Falou, com brilho nos olhos, sobre suas conquistas na
Ler mais