CAPÍTULO 0061 O voo de Paris para o Brasil no jatinho de Ethan parecia interminável, mesmo com o conforto da aeronave e o serviço impecável da tripulação. Eu me inclinava levemente no assento, observando Ethan à minha frente, concentrado em relatórios no tablet, como se o mundo inteiro pudesse esperar menos ele. Eu ainda estava sonolenta, tentando absorver todas as emoções da nossa lua de mel, como os passeios, os gestos inesperadamente carinhosos dele, a manhã preguiçosa que compartilhamos e aquela filosofia inesperada que ele nunca teria revelado 1a outra pessoa. Cada momento parecia gravado na minha memória, impossível de esquecer e com certeza eu nunca me esqueceria. Quando finalmente pousamos, senti uma mistura de ansiedade e excitação. Não era apenas voltar ao Brasil; era finalmente morar na casa dele. A mansão de Ethan Lancaster, e só em pensar que a última vez que vim aqui não passava de só apenas sua secretaria e agora seria meu lar - pelo menos por enquanto – se eu não fer

CAPÍTULO 0063 O sol da manhã entrava pelas enormes janelas da mansão de Ethan, iluminando a sala com uma luz suave e acolhedora. Eu estava sentada no sofá, com o celular na mão, ainda me acostumando com a ideia de morar aqui, nesta casa imensa, que parecia saída de um sonho. Um misto de conforto e estranheza me acompanhava a cada passo, e um pequeno tédio já começava a se instalar. Respirei fundo e decidi ligar para minha mãe, só para avisar que tinha chegado bem. Seria rápido, só um toque de voz para acalmar qualquer preocupação. — Alô, mãe? — disse, tentando soar animada. — Cheguei bem, ontem, e tudo ocorreu sem problemas. — Que bom, querida! — respondeu minha mãe, com a voz carregada de alívio. — E como foi a viagem? Sorri sozinha, pensando na viagem incrível e nas loucuras que Ethan e eu tínhamos vivido, mas resolvi não entrar em detalhes ainda. — Ah, mãe… depois eu te conto com mais detalhes — disse, rindo levemente. — Por enquanto só queria que soubesse que estou bem

CAPÍTULO 0065 Os dias foram se passando e minha vida andava mais corrida do que o normal , eram tantas coisas que eu tinha que fazer que estava começando a entender o porquê de Ethan ter me dispensado como sua secretária – nada que me agradasse , até porque gostava de exercer a minha profissão . A questão aqui era que eu tinha aulas de francês, inglês e espanhol para estudar , curso de etiqueta , aprender sobre vinhos, sobre cavalos de corrida, sobre artes clássicas, um verdadeiro emaranhado de coisas que estava me deixando sem tempo até mesmo para me coçar. No início me questionei para que mesmo tudo isso , mas depois compreendi quando comecei a participar desses eventos chiques , o povo parecia falar uma outra língua , e meu amor se qualquer um que estivesse pelo meio não tivesse o conhecimento , ficaria mais perdido do que cego em tiroteio. Portanto Ethan havia me avisado que hoje à noite teríamos que comparecer a mais um coquetel de gala de negócios . Embora uma parte de mim quis

CAPÍTULO 0066De volta à mansão, depois daquela noite infernal, não consegui nem trocar duas palavras com Ethan. Só subi para o quarto, tirei o vestido às pressas e fiquei andando de um lado para o outro, sentindo minha garganta arder de tanta raiva que eu sentia. Eu precisava desabafar com alguém ou muito provavelmente acabaria explodindo! E sabia exatamente para quem ligar. Peguei o celular e disquei o número de Cassie. Atendeu na terceira chamada, mas a música alta e as risadas ao fundo me fizeram estreitar os olhos. — Amiga! — a voz dela saiu animada, já meio alterada pelo barulho da balada. — Oi, sumida, cadê você? - Não começa, Cassie — resmunguei, tentando não deixar minha voz tremer. — Eu preciso falar. Agora. - Vish, é grave. Espera, deixa eu colocar no viva-voz pra Luísa ouvir também. Antes que eu pudesse protestar, ouvi a risada da Luísa ecoando - O que foi, Kath? Fala logo, que a Cassie tá tentando roubar o drink de um cara aqui. — Ei, não é roubar, é pegar empresta

CAPÍTULO 0068Eu nunca pensei que um simples fechar de porta poderia virar um desastre completo, mas naquela noite descobri que a vida com Katherine era exatamente isso, imprevisível. Assim que tentei fechar a porta do carro , não deu tempo nem de ajeitar meu próprio corpo uma vez em que ela anunciou que iria vomitar se agarrando as lapelas do meu blazer quando senti algo quente e ácido contra mim. Ela tinha vomitado. Bem em cima de mim. Fiquei incrédulo, paralisado por alguns segundos, como se meu cérebro estivesse tentando entender o que havia acontecido. A cena era tão absurda que até mesmo eu, acostumado a passar por crises de empresas multimilionárias, negociações tensas e até ameaças de acionistas, não soube reagir de imediato. Olhei para baixo, para a mancha se espalhando pelo tecido caro do meu blazer e da camiseta, balançando a cabeça em completa negativa. — Merda, Katherine... — murmurei, baixinho, não havia sequer energia para levantar a voz. E, como se o corpo del