A noite se aproximava com o céu encoberto, como se o tempo refletisse a tensão acumulada nos últimos dias. O salão reservado do hotel já estava pronto para a última reunião: papéis espalhados, computadores ligados, xícaras de café meio vazias. Era a reta final do projeto, e todos pareciam aliviados por estarem quase terminando — todos, exceto Lívia. Arthur chegou pontualmente, com a postura impecável de sempre. Cumprimentou a equipe, mas seu olhar, inevitavelmente, procurou por ela. Foi rápido, quase imperceptível, mas para Lívia pareceu um contato prolongado demais para ser casual. A reunião começou. Arthur conduzia a conversa com firmeza, mas havia algo diferente: às vezes, quando Lívia falava, ele se inclinava para frente, ouvindo com atenção, como se o resto da sala desaparecesse. Em outros momentos, ela o pegava olhando para ela por mais tempo do que a formalidade permitiria. — Ótimo trabalho com os relatórios, Lívia — disse ele, numa pausa entre as apresentações. Não era o el
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