POV: HAPHELParei no topo da escada, respirando fundo, tentando manter o controle quando aqueles olhos dourados, marcados por um brilho acobreado, se fixaram nos meus. O olhar de Aiden me prendeu como se minhas pernas tivessem esquecido como se mover. O ar ficou preso nos meus pulmões, e a pele do meu corpo pareceu reagir a cada segundo que ele não desviava os olhos.Ajustei a postura, forçando firmeza, mas o calor no meu rosto me entregava. Antes que eu desse o primeiro passo, senti Soraya se aproximar por trás, sua voz baixa, quase um sussurro:— Humana, faça exatamente o que ele mandar… e talvez vocês dois cheguem vivos ao final da noite. — A frieza em sua entonação fez minha espinha formigar. — E evite ficar sozinha. Muitas lobas matariam para estar no seu lugar… inclusive Veronica.Engoli em seco, umedecendo os lábios enquanto Aiden ainda me observava, impassível, predatório, como se já soubesse cada reação que eu teria antes mesmo de acontecer.— Ela estará lá? — perguntei, sent

POV: HAPHEL— Até mesmo os filhos rebeldes merecem o amor de sua Deidade, não acha, Lukas? — O tom de Aiden desceu para um rosnado grave, cada palavra carregada de autoridade enquanto ele dava um passo à frente. A proximidade me fez sentir o calor intenso dele e o leve tremor que percorreu minha pele. Seu porte sobrepujava o do homem mais jovem à frente. — Veio representar os Rivers?— Sabe como é... — Lukas sorriu, mas não havia simpatia ali, apenas desdém mascarado. — Meu pai detesta estes eventos burocráticos. — A pausa foi calculada. O olhar dele se deslocou para mim com um interesse frio, avaliador. — Uma pena, ele ficaria encantado em conhecer sua companheira tão... excêntrica.— Cuidado, Lukas. — A voz de Belmont soou mais baixa, carregada de ameaça. — Você ainda não é um alfa, mas já deveria saber que não se deve olhar para a Luna de um Lycan dessa forma.A tensão no ar mudou no mesmo instante. A áurea dele se expandiu quente, intensa, percorrendo como um pulso que estremecia

POV: HAPHELEntrei no banheiro e segurei firme na borda da pia, tentando controlar a respiração. A água fria escorreu pelos meus dedos antes de atingir o pescoço, mas o alívio foi mínimo. As mãos tremiam, denunciando o ataque de ansiedade que tentava esconder.— Ótimo… justo aqui, onde qualquer um pode sentir o meu cheiro. — Murmurei entre os dentes, inspirando fundo e soltando o ar lentamente pela boca, contando mentalmente para me manter firme. — Vamos, Haphel… aguenta. Aquele homem pode nem ser o assassino da sua mãe.Levantei o olhar para o espelho. Meus próprios olhos me encaravam, ainda marejados, a pele quente demais, a respiração irregular. A cada batida do coração, parecia que a tensão corria pelas minhas veias como um choque lento e contínuo.— Mas e se for? — Minha voz saiu firme, mas carregada de raiva. — Vou ficar aqui parada enquanto ele bebe e se diverte em um evento de gala como se minha mãe não importasse? Como se a vida dela não valesse nada? — Bati os punhos contra

POV: HAPHELMas antes que pudesse reagir, algo estranho percorreu meu corpo. Um calor súbito se espalhou, meus músculos pareceram perder firmeza e minha visão começou a se duplicar. Pisquei várias vezes, fechei os olhos e sacudi a cabeça, tentando clarear os sentidos.— Você me drogou? — A voz saiu mais alta do que queria, tremendo entre indignação e medo. — O que tinha nessa bebida?— Você deveria saber que não é bem-vinda aqui, ômega. — Ela rosnou, o aperto das garras afundando na minha pele enquanto me puxava à força para um corredor escuro.O calor no meu corpo estava sufocante, como se a febre queimasse por dentro. Suor frio escorria pela minha nuca, minhas mãos estavam trêmulas e os joelhos ameaçavam ceder. A respiração saía rápida e irregular, como se o ar não fosse suficiente. Minha cabeça girava, a visão oscilando, como se estivesse bêbada.— Verônica... o que está fazendo? — Murmurei, com a tensão subindo, tentando arrancar meus braços do aperto dela. — Belmont vai te matar

POV: AIDENEra irritante como o conselho se enfiava no meio sempre que eu tentava avançar. Bastava expandir minha presença que eles recuavam, os olhos arregalados, o medo estampado. Ignorei-os. Meu faro captou algo muito mais interessante. O cheiro dela.A pequena encrenqueira tinha se afastado, perdida em meio a tantos lobos. O aroma estava mais adocicado… e perigoso.— Sangue… — rosnei, acelerando os passos. Segui o rastro até o jardim. Até encontrá-la, encolhida contra um arbusto, o corpo marcado, os movimentos pesados. Mas quando nossos olhares se cruzaram… prendi a respiração. As pupilas estavam dilatadas, os tons acobreados dos olhos mais profundos, cintilando de um jeito novo. Seu aroma… merda… mais doce, mais intenso, quase intoxicante. O tipo de cheiro que acende todos os instintos de um macho e d