Saí da sala de David e fechei a porta com mais força do que pretendia.O ar no corredor parecia mais frio, mas o calor que eu sentia vinha de dentro.Meu coração batia acelerado, e cada pulsação me lembrava daquele olhar dele. Era como se ele tivesse atravessado minhas defesas, sem nem precisar me tocar.— Mas que diabos está acontecendo com ele? — resmunguei para mim mesma, enquanto caminhava até minha mesa.David Miller, o homem que sempre fez questão de deixar claro que detestava crianças, que se orgulhava de manter distância de qualquer envolvimento pessoal... agora parecia se incomodar com o simples fato de eu conversar com outro homem.Parecia ciúme. E isso não fazia o menor sentido.Sacudi a cabeça e me forcei a focar no trabalho.Tinha e-mails acumulados, relatórios para revisar e um desenho para finalizar.De repente, o barulho de passos no corredor me tirou da concentração, e quando ergui os olhos, vi um carteiro entrando, segurando um envelope.— Posso ajudá-lo? — perguntei

O fim do expediente chegou.Arrumei as minhas coisas e saí, esperando o táxi para voltar para casa, como faço todos os dias, mas assim que eu vi David entrar no carro bem a minha frente, acabei deixando que a minha curiosidade me domasse.—Segue aquele carro, por favor! – Falei apontando para o carro da frente e o motorista assentiu.Um tempo depois, paramos em frente a um bar. Village PUB, para ser mais exata.—Obrigada! – Falei pagando pela corrida, saindo do carro em seguida.Ajeitei minha roupa, soltei meus cabelos os jogando em cima dos ombros e tirei o meu casaco para entrar.Assim que passei pela catraca da entrada, já recebi uma máscara.—Bem-Vinda, senhorita! – Disse o Homem, tentando me deixar confortável.—Obrigada. – Respondi, fingindo estar ali só por acaso.Entrei no lugar, me recordando de cada detalhe. A pista de dança, as mesas nas laterais do salão, o bar ao fundo e...os quartos no andar de cima.Respirei fundo e passei pela pista de dança, avistando uma silhueta con

Eu havia chegado em casa e me jogado na cama para descansar.Não me dei conta da hora e a noite passou como um estalar de dedos.Rose havia marcado um café com o tal Ramon para conversarmos e confesso que, enquanto estávamos a caminho de lá, minha cabeça ainda ressoava a voz de David com aquela discussão fútil.—Amiga, chegamos. Você está pronta? – Perguntou Rose, me tirando do transe.—Sim, mais...Acho que vou ao banheiro antes para lavar o rosto enquanto tomo coragem. – Falei a vendo assentir e sorrir.—Leve o tempo que precisar...O lugar era acolhedor, paredes forradas de madeira clara e o aroma de café recém-moído misturado ao de pão quentinho.Fui até o banheiro lavar o meu rosto e enquanto eu encarava meu reflexo no espelho, ficava ensaiando mentalmente o que eu iria dizer para ele.Respirei fundo e resolvi ir até a mesa.Charlie correu direto para o playground que ficava no canto, atrás de uma divisória de vidro, enquanto Rose me acenava de uma mesa próxima à janela.Ao lado de

Os dias estavam ficando cada dia piores com a marcação cerrada de Amanda.Ela agia como se eu fosse colocar uma arma na cabeça de David e o pedir para me escolher ao invés dela.—Francamente! – Soltei sem querer, ao ver ela passar por mim no saguão da empresa, fingindo falar ao telefone—Isso amiga, aumentei mais trezentos “ml” para ele. Será que David vai notar? – Disse ela me olhando de soslaio.Caminhei até a recepção, vendo Maria tampar a boca, escondendo um riso enquanto encarava Julie e eu.—Vocês ouviram o que essa perua disse? – Perguntou Maria, contendo a fofoca.Julie balançou a cabeça em negação.—Ela está se esforçando de mais! – Disse ela, fazendo Maria rir.—Parem com isso meninas. A corda sempre estoura para o mais fraco. – Falei as vendo assentir com a cabeça, concordando.—Mas Ellie...- Chamou Maria, me olhando. —Já tem alguns meses que você está aqui e nunca vejo você se exibir por trabalhar ao lado do nosso chefe gostosão.Soltei um riso fraco, levando o dedo indica

Alguns seguranças vieram e levaram Jerry para fora do prédio.Ainda sentia o meu corpo tremer por inteiro enquanto o via ser retirado a forças, gritando pelos corredores.— Vocês me pagam!Apoiei as mãos sobre a mesa tentando recuperar o fôlego, mas antes mesmo de conseguir respirar direito, David fechou a porta com muita força, fazendo o barulho ecoar por toda a sala.Me virei para o encarar e me deparei com o olhar dele, carregado de fúria.— O que diabos você tem na cabeça, Ellie? — a voz dele cortou o ar, firme e ríspida. — Entrar sozinha com um homem desses, usando essa saia ridícula…— O quê? — arqueei as sobrancelhas, incrédula. — Você está me culpando?— Não se faça de idiota! — ele avançou dois passos, e a força da presença dele me obrigou a recuar. — Essa camisa fina, esse cabelo preso deixando o pescoço exposto… você tem noção do que provoca nos homens?Senti o estômago revirar. Primeiro o nojo de Jerry, agora a raiva dele.— Não. Eu não faço ideia do que provoco nos “Homen