O burburinho na D’Abruzzi Corporation era quase palpável. Os corredores, antes frios e silenciosos como se exigia de uma corporação multinacional, agora pareciam sorrir discretamente ao ver Alicia passar.Os olhares não eram invasivos. Eram respeitosos. Admirados. E, em muitos casos, verdadeiramente calorosos.Afinal, todos já sabiam — mesmo que ainda não houvesse um anúncio formal — que Alicia Parker não era apenas a advogada interna responsável por estruturar os contratos mais importantes da empresa. Ela era a mulher que conquistara o inacessível CEO, Victor D’Abruzzi. E, muito em breve, seria a futura Sra. D’Abruzzi.A barriguinha agora não se escondia mais sob os ternos elegantes. As roupas delicadas e suaves, pensadas com discrição para a gravidez, desenhavam com graça o contorno da gestação que avançava, e todos sabiam: aquele bebê era o herdeiro de um império.Renzo sorria sempre que a via. Alguns funcionários trocavam sorrisos cúmplices. E Alicia, apesar da timidez, começava a

O avião pousou suavemente na pista privativa da propriedade dos D’Abruzzi. Já era quarta-feira, e faltavam apenas três dias para o casamento mais esperado dos últimos tempos — ao menos para os que orbitavam o universo de Victor e Alicia.O clima em Firenze era ameno, o céu límpido e o perfume de uvas maduras invadia o ar. Ao descer da aeronave, Alicia foi recebida com um buquê de lavandas e peônias — as flores que ela escolhera para o altar. Victor segurava sua mão, e atrás deles vinham os pais de Alicia, Lorena e as irmãs dele, todos convidados para chegarem antes e viverem o clima da união desde os preparativos.A propriedade era uma joia escondida entre colinas esverdeadas, com a arquitetura típica das vilas toscanas. Pedra, madeira, heras trepadeiras, janelas arqueadas com cortinas rendadas e um jardim que parecia tirado de uma pintura renascentista.O salão de jantar tinha uma mesa longa de carvalho maciço, decorada com ramos de alecrim, cristais antigos e castiçais de prata. Ali

O céu de Londres estava cinza, com nuvens carregadas, quando o jatinho particular da família D’Abruzzi pousou suavemente no aeroporto executivo da cidade. Mesmo com a mudança brusca do clima tropical para o europeu, Alicia sorriu ao ver a paisagem urbana que conhecia tão bem.Ela segurava a mão de Victor enquanto os dois observavam a movimentação da pista, agora envoltos em uma nova realidade: casados, esperançosos, e esperando o herdeiro do império D’Abruzzi.— De volta ao lar — disse Victor, com um sorriso leve.— Ao lar... com uma nova vida a caminho — completou Alicia, acariciando o ventre já visivelmente arredondado, agora com pouco mais de seis meses de gestação.__________________________________Ao chegarem à cobertura, tudo estava em perfeita ordem. O apartamento havia sido silenciosamente preparado para recebê-los: flores frescas decoravam os ambientes, lençóis novos haviam sido colocados na suíte principal, e o closet de Alicia, para sua surpresa, estava ainda mais completo

A primavera em Londres parecia mais suave naquele dia. O sol invadia as grandes janelas da cobertura da D’Abruzzi Corporation, espalhando calor sobre os móveis minimalistas, como se até o tempo estivesse ansioso pela chegada dele — o herdeiro do império, o fruto de um amor que ninguém mais ousava questionar.Alicia estava com 39 semanas completas. A gravidez se tornara visível em cada traço: a leve inclinação ao andar, o cansaço no olhar, os pés inchados. Ainda assim, insistia em ir à empresa todos os dias. Por isso, Victor não hesitou em reorganizar sua sala para abrigá-la. Mandou instalar uma mesa confortável ao lado oposto da dele, além de um sofá reclinável, uma banqueta para os pés e até uma poltrona especial com apoio lombar. Tudo para mantê-la perto e confortável.— Você precisa parar com essa mania de querer trabalhar até o último segundo — ele dizia todas as manhãs, beijando-lhe a testa enquanto a acomodava no carro.— E você precisa parar com essa mania de superproteção — el