Âmbar.— E você o deixou. É isso que está doendo, não é? Descobrir que, durante anos, o odiou, que o pintou como vilão na história de vocês e que agora descobre que ele foi apenas mais uma vítima.Aquelas palavras foram como uma lâmina fria cortando minha alma, e eu não consegui conter o choro.— Michael... — A dor parecia multiplicada. Eu estava chorando por mim mesma, por Christopher, por nós dois.Ele me olhou com uma expressão firme, mas, ao mesmo tempo, cheia de compaixão.— Você pensou apenas na sua dor. Em momento algum cogitou que ele estava sendo forçado a algo. Que poderia ser uma armação ou ter outra explicação. Você...Eu o interrompi, reconhecendo meu erro.— Fui egoísta — completei, minha voz embargada.A verdade estava ali, nua e crua, e eu não tinha mais onde me esconder.— Exato — ele disse, com um tom firme. — Você se colocou no centro de tudo. Se julgou digna do que recebeu, questionou seu amor, desacreditou em suas palavras. Ele havia deixado tudo por você, mas era

Âmbar.— Eu fiquei preocupada, prima, você não me disse que ia dormir no clube. — Ketlyn fala assim que eu entro em casa.Eu fecho a porta atrás de mim, exausta, e respiro fundo.— Aconteceram algumas coisas por lá e eu tive que dormir no clube. — Respondo com um tom que não esconde a tensão que ainda sinto no corpo.Olho ao redor, procurando pela minha filha, uma sensação estranha me invade ao perceber o silêncio na casa. Normalmente, ela viria correndo ao me ouvir, me abraçando com todo o entusiasmo de sempre.— Onde está Ruth? — Pergunto, tentando esconder a preocupação que me aperta o peito.— Foi ao parque com a América. — Ela responde, como se soubesse exatamente o que eu estava pensando, o olhar dela demonstrando que percebeu minha inquietação.Ruth estava com a babá, América, alguém em quem confio totalmente, mas ainda assim, a ausência de minha filha é um lembrete do quão fora do lugar tudo parece agora. Ketlyn, por outro lado, é enfermeira e trabalha incansavelmente no Hospi

Christopher. Pulo, subindo no palco, e ela me encara com os olhos arregalados. Ela supôs que eu não cederia ao ver toda essa provocação sensual de sua parte, mas ela não poderia estar mais enganada.Pego-a pelos cabelos e a levanto, envolvo sua cintura de forma possessiva com um dos braços e, com o outro, agarro sua nuca, puxando-a para um beijo feroz e cheio de desejo.Ainda com minha boca colada na dela, impulso sua cintura, fazendo-a pular no meu colo e circular as pernas em minha volta. Suas mãos vão para o meu pescoço e suas pernas apertam minha cintura, fazendo meu membro roçar em sua intimidade e nós dois gemermos. Caminho com ela para fora do palco, ouvindo: "Porra!" Também quero! A fode por mim! Dentre outras exclamações. Passei pelo corredor, indo direto para seu camarim. Eu poderia ir para um dos quartos, mas a necessidade de me enterrar nela era maior que tudo. Coloquei-a no chão e tirei sua máscara; não dissemos palavra alguma, pois, se algum de nós abrisse a boca, tudo

Christopher. — Você se casou?Levantei-me, meio desorientado, começando a andar de um lado para o outro.— Porra! Você se casou! Deixou-me e se casou com outro!— Eu nunca amei outra pessoa além de você! — ela exclamou, a voz cheia de urgência. — O que houve entre mim e Andrew, meu falecido marido e melhor amigo, foi apenas sexo. Ele quem me envolveu nesse mundo de luxúria e prazer.— Quando você casou com ele? Pelo que me disse, ele faleceu.— O conheci na cidade da minha tia, Nova Jersey, para onde fugi.Então, ela começou a contar sobre Andrew, como o conheceu e os momentos que viveram juntos. Ouvi tudo calado, mas com o peito doendo.— Me dói saber que você confiou em outra pessoa e não em mim — admiti, finalmente.— Eu precisava me distanciar e me encontrar — ela explicou, os olhos fixos em mim, implorando para que eu entendesse.— Mas não conseguiu isso, pois, se ainda se esconde por trás dessa máscara, é porque sua tentativa falhou — falei, sentindo a frustração tomar conta. —