— Que merda, garota, não te dei liberdade para me beijar, tá ouvindo, nunca mais faça isso.Falo irritado, essa garota já está enchendo o meu saco com suas tentativas de fazer rolar alguma coisa, toda vez que coloco os pés na praça de alimentos ela vem me cercar.— Desculpe, querido, eu não resisti — fala com um sorriso debochado no rosto enquanto olha por cima do meu ombro.Sigo seu olhar e… ah, não, que merda essa garota tem na cabeça. — Caralho, você fez de propósito para ela ver. Você não vale nada. Eu espero que você nunca mais se aproxime de mim ou eu faço você ser demitida, tá ouvindo?Nem espero pela resposta e saio em direção onde Laura foi, sei que falei que não a perdoaria, mas não quero que ela pense que tenho algo com aquela garota.Na verdade, a ideia de magoar a Laura me deixa mal, eu não sei explicar, contudo, mesmo com raiva pelo que ela fez eu não suporto vê-la sofrer.Caminho pelos corredores, entretanto, não consigo encontrá-la. Merda, merda, merda!Ligo para ela

Algumas horas antesChego no trabalho e vou guardar minha bolsa antes de bater o ponto. Hoje eu confesso que não queria vir trabalhar, acordei não me sentindo bem, com uma sensação estranha de aperto no peito. Na hora de sair de casa tudo que eu mais queria era poder ficar abraçada à minha filha o dia todo até essa sensação passar.Aperto o pingente do meu colar que Jhonatan me deu anos atrás e respiro fundo buscando me acalmar. Desde que ganhei o colar no meu aniversário nunca mais o tirei e estranhamente desenvolvi o costume de segurar o pingente quando estou nervosa e hoje não é diferente. Bebo um copo de água e faço uma oração silenciosa pedindo a Deus para proteger minha filha de seja lá o que for que possa acontecer. Bato o ponto e vou trabalhar, o tempo passa tão devagar que parece que o relógio parou, em determinado momento começo a suar frio e o aperto no peito só aumenta. Aproximadamente trinta minutos se passam desse momento até eu receber uma ligação de um número desconhe

Estou deitada na cama, meu corpo está fraco, sinto dores no tornozelo que está preso, na garganta depois de tanto gritar e dor de cabeça, não sei quanto tempo estou aqui, mas parece uma eternidade. Seguro meu pingente e as lágrimas escorrem dos meus olhos sem que eu possa pará-las, estou com fome, não como desde que saí de casa para trabalhar, mas tudo que consigo pensar é na minha filha. Não sei onde ela está ou se está bem, nem ao menos sei se vou voltar a vê-la. Tenho medo de que ninguém me encontre, medo do que o Álvaro possa fazer comigo. Estou perdida nos meus pensamentos e preocupações quando a porta se abre novamente, levanto-me do meu lugar me encolhendo no canto da cama.— Pensei que estava dormindo. — Ele vem se aproximando com um olhar assustador.Permaneço em silêncio, não sei o que se passa na cabeça dele nesse momento e não quero provocar sua ira. — Sabe, Laura, acho que nós vamos viver bem, vamos recomeçar longe daqui e aí podemos voltar a ser felizes. — Álvaro,

Finalmente consegui sair da empresa hoje, parecia que o trabalho não acabaria nunca. Quanto mais a nossa empresa cresce, mais ficamos atarefados e eu jamais vou reclamar disso. Hoje tenho mais motivos ainda para lutar pelo sucesso da empresa e graças a esse esforço é que posso dar à minha família, uma vida confortável, afinal, elas são o que tenho de mais valioso na vida. E justamente por isso que sou rigoroso com meu próprio horário, evitando ficar até tarde fora de casa, seja na empresa ou em reuniões e eventos. Minha família é minha prioridade. E por isso saí mais cedo hoje. Vamos receber nossas famílias em casa para um jantar e quero estar com a minha amada durante os preparativos.— Merda! Merda! — Ouço sua voz vindo da cozinha logo após eu ter ouvido um barulho de vidro quebrando. — Amor, tudo bem? — pergunto deixando minhas coisas na sala antes de ir até ela.Chego na cozinha vendo-a descalça em meio aos cacos de vidro no chão. Vou rapidamente em sua direção a suspendendo até