O dia inteiro foi uma tortura, tentando trabalhar normalmente enquanto Nathan me ignorava completamente, como se ontem não tivesse acontecido.Nem um olhar. Nem uma palavra além das ordens profissionais básicas.Mas não foi isso que me irritou. Foi o fato de eu estar incomodada com algo que deveria me deixar aliviada.Às 18h, chego em casa com os nervos à flor da pele. Finjo não ver Margareth e meu pai na sala e subo direto para o meu quarto.Quando entro, vejo Harper organizando as maquiagens na penteadeira.— Finalmente! — ela exclama ao me ver. — Pensei que você tinha desistido do evento.— Meu sonho, Harp — respondo, tirando o blazer. — Mas infelizmente nem posso pensar em não ir, ou meu chefe me demite.— Falando em chefe… — Harper se vira para me encarar, sentando na cama — o que foi tudo aquilo ontem?Finjo não ouvir e vou direto para o banheiro.— Vou tomar um banho rápido. Depois conversamos.— Ann!— Depois, Harper!Fecho a porta do banheiro antes que ela possa insistir. Tom

“Ann Sterling” A noite que eu acreditava que seria torturante, até agora, está conseguindo me surpreender. Primeiro, com a conversa com Kimberly e as amigas, que me fizeram sentir como se nos conhecêssemos há anos. E agora com Jake, que parece genuinamente feliz em me ver, o que me deixa péssima, considerando como as coisas terminaram da última vez. Mas, claro, não tem como a noite ser totalmente tranquila. Não quando Nathan Prescott observa cada movimento meu. — Ann? — Jake me chama, tirando minha atenção de Nathan. — Está me ouvindo? — Desculpe — finalmente olho para ele, forçando um sorriso. — O que você estava dizendo? — Que dourado definitivamente é a sua cor — repete, sorrindo. — Você ficou ainda mais linda. — Muito obrigada, Jake — respondo, sentindo o rosto esquentar com o elogio. — Você também está muito… elegante. — Sabe, não esperava te encontrar aqui — diz, oferecendo o braço. — Mas já que aconteceu, que tal aproveitarmos a noite, beber alguma coisa, dançar…? Olh

Ver o endereço me deixa ainda mais tensa pelo resto da noite. Tento me concentrar na conversa com Jake, mas minha mente não para de voltar para aquela mensagem. Nathan quer que eu vá até a casa dele. O território dele. Por que isso parece mais íntimo do que os hotéis? A cada minuto que passa, meu nervosismo só aumenta. Olho ao redor pela milésima vez e não vejo Nathan em lugar nenhum. Ele já foi embora? — Ann? — Jake me chama, percebendo minha distração. — Está tudo bem? — Desculpe — forço um sorriso. — Só estou cansada. Foi uma semana longa. — Quer que eu te leve para casa? — Ele oferece, sempre gentil. — Na verdade… — hesito, olhando o relógio. — Preciso resolver uma coisa antes de ir. — Trabalho? — Algo assim. Jake assente, sem pressionar. Essa é uma das coisas que mais gosto nele: sabe quando não deve insistir. — Tudo bem. Foi ótimo te ver hoje, Ann. Espero que possamos repetir em breve. — Eu também — murmuro, me sentindo péssima por mentir para alguém tão bom. Ele

Nathan sorri contra meus lábios, agarrando minha cintura firmemente enquanto me ajeito melhor no seu colo. Suas mãos sobem pelas minhas costas até encontrar o zíper do meu vestido. Ele desce lentamente, como se não tivesse pressa alguma. — Você tem certeza que consegue me convencer? — pergunta, e a questão me surpreende. Nathan nunca pergunta nada. Ele sempre assume, sempre toma. — Tenho — respondo, e desta vez é verdade. Não porque me sinto obrigada ou porque preciso cumprir parte do acordo, mas porque, pela primeira vez, sinto que a escolha é realmente minha. Ele desliza as alças do meu vestido pelos meus ombros, beijando cada centímetro da minha pele, me fazendo arrepiar. Minhas mãos se prendem em seus cabelos quando sua boca desce para meus seios. Sua língua toca meu mamilo e um gemido baixo escapa dos meus lábios. — Achei que você estava disposta a comandar aqui — ele sorri contra minha pele, percebendo que estou totalmente entregue. — Mas parece que está sendo o oposto.

Subo para o quarto de hóspedes, ainda me convencendo de que isso está acontecendo. Eu, na casa de Nathan, prestes a cozinhar como se fosse natural. Como se eu fosse… sua namorada numa manhã de sábado. Balanço a cabeça, tentando tirar esse pensamento da mente. O banheiro do quarto é maior que meu quarto em casa. Mármore por todo lado, box com várias duchas, banheira enorme. Na bancada encontro produtos caros: shampoo, condicionador, sabonete líquido. Tudo com cheiro agradável e discreto. Tomo um banho demorado, tentando processar a manhã. Nathan está diferente hoje. Menos frio, menos controlador. Quase… normal. Será que estou mesmo conseguindo mudar alguma coisa entre nós? Quando saio do banho, percebo que só tenho o vestido da festa, que definitivamente não é apropriado para cozinhar. Sem alternativas, volto a vestir a blusa dele, que fica enorme em mim, sentindo seu cheiro assim que termino de colocá-la no corpo. Desço para a cozinha e encontro Nathan no mesmo lugar