“Nathan Prescott” Fecho a porta da sala privativa com mais força do que o necessário. O som da fechadura automática ecoa pelo ambiente, nos isolando completamente do resto do clube. — Então — digo, caminhando devagar na direção dela. — Essa é a sua ideia de uma noite “com a prima”? — Eu disse que íamos sair — ela recua até encostar na parede. — Não menti. — Não mentiu — repito, parando diante dela. — Só decidiu agir como uma adolescente em liberdade condicional… e ficar se esfregando em outro homem. — Você está exagerando — ela rebate, tentando soar firme, mas a voz a denuncia. — Só estávamos dançando. — “Só dançando” — repito, encurralando-a contra a parede. — Com as mãos dele nos seus quadris, o corpo dele colado no seu… Apoio as mãos de cada lado da cabeça dela, me inclinando até nossos rostos ficarem a centímetros. — Me diga, Ann. Você esqueceu nossa conversa de hoje cedo? Ou simplesmente resolveu me testar? — Eu não esqueci nada. Mas você disse que eu podia sair… — Dis

O silêncio se prolonga no carro enquanto Nathan me observa com aquela expressão que não diz absolutamente nada. Mordo o lábio, hesitante, mas nada arrependida. Não é que eu queira me envolver com outras pessoas. A verdade é que preciso colocar algum limite nessa loucura que minha vida se tornou. Não posso perder minha calcinha toda vez que resolver sair e me divertir. E se ele tem uma noiva esperando, não vejo por que deveria haver exclusividade. Se vamos tratar isso como negócio, então que seja justo para ambos os lados. — Você tem coragem — ele finalmente diz, girando minha calcinha no dedo. — Vou admitir isso. — E então? — pergunto, tentando manter a voz firme. — E então, o quê? — retruca, com aquele tom irritantemente calmo. — Por que exatamente você quer essa… liberdade? — Porque é lógica — respondo, direta. — Você tem Sierra, sua noiva. Por que eu não posso ter… opções? — “Opções.” — Ele repete, como se saboreasse a palavra. — Interessante escolha de palavra. Nathan s

Acordo com o celular tocando insistentemente. Olho para o relógio e meu corpo inteiro entra em alerta: 7h15.Droga.Pulo da cama, tropeçando nos papéis da Harrison & Co espalhados pelo chão. Passei a madrugada inteira revisando contratos e acabei dormindo em cima deles.— Ann! — Harper grita quando saio do banheiro. — Você está atrasada!— Eu sei! — respondo, correndo até o armário.Enfio a primeira roupa que encontro, prendo o cabelo num rabo de cavalo torto e saio correndo, com os contratos debaixo do braço.No metrô, tento me arrumar usando o reflexo da janela. Um desastre. Mas, pelo menos, terminei o trabalho.Chego à Evermont às 8h20. Corro para o elevador, rezando para Nathan ainda não perceba meu atraso.Claro que não tenho essa sorte.Quando as portas se abrem no trigésimo andar, ele está parado em frente à minha mesa. De braços cruzados. Com um olhar que poderia congelar qualquer um.— Bom dia, Sr. Prescott — digo, tentando soar normal enquanto praticamente voo até minha cade

O restante da semana passa num piscar de olhos, mas não sem o estresse diário: exigências, provocações e Sierra aparecendo mais do que o normal. Às 17h em ponto, desligo o computador e pego minha bolsa. Nathan saiu há uma hora para uma reunião externa, então não preciso passar pelo ritual de despedida formal. Quando chego ao térreo, encontro Harper sentada em uma das poltronas do lobby, folheando uma revista. — Pronta para a missão vestido perfeito? — ela pergunta, se levantando com um sorriso animado. — Mais do que pronta — respondo, abraçando-a. — Precisamos achar algo que não me faça parecer uma intrusa num evento de gente rica. — Por favor, Ann. Você é linda e tem ótimo gosto — Harper me puxa pelo braço. — Onde vamos? Enquanto saímos da empresa, penso por um instante. Posso ir a qualquer loja normal, gastar meu próprio dinheiro e torcer para não passar vergonha… Ou posso usar o cartão que Nathan me deu e ir direto ao lugar onde ele mesmo me levou. Se ele me levou

Meu estômago despenca quando ouço a acusação de Sierra ecoar pela loja.Todas as outras pessoas param o que estão fazendo para observar a cena, e sinto meu rosto queimar de vergonha.— Eu não roubei nada — murmuro, mas minha voz sai fraca demais.— Claro que não — Sierra responde, sarcástica. — Meu noivo sempre dá cartões de crédito para as funcionárias, não é mesmo?Olho ao redor e vejo que algumas pessoas já estão paradas, observando a cena.Harper continua ao meu lado, parecendo prestes a desmaiar, enquanto Amanda me olha sem saber como me ajudar.Sei que ela não tem a obrigação de se envolver, muito menos arriscar seu emprego, mas ela me viu com Nathan aqui antes, então por que não me defende?— Sabe de uma coisa? — digo, respirando fundo enquanto pego o cartão de volta. — Pode ficar com o vestido, Sierra. Você venceu.— Agora você desiste? — ela ri, cruel. — Mas o vestido não importa mais, querida. Quero que você aprenda a não mexer no que não é seu.A amiga dela se aproxima, gua