Meu sangue congela ao ouvir o nome de Sierra. Olho para mim mesma, usando apenas a camisa de Nathan, cabelos ainda úmidos do banho, claramente tendo passado a noite aqui. Minha mente rapidamente cria cenários catastróficos. Sierra me encontrando. Mais um escândalo. Mais uma vez meu nome sendo exposto por aí. — Sierra? — repito, finalmente reagindo. — Aqui? O interfone toca novamente, mais insistente desta vez. — Nathan, querido, eu sei que você está aí — a voz de Sierra ecoa pelo alto-falante. — Abra o portão. Nathan fica parado por alguns segundos, claramente tentando pensar numa saída. Eu, por outro lado, entro em pânico total. — Ela não pode me ver aqui — sussurro, desesperada. — Nathan, ela não pode saber que eu dormi na sua casa. — Eu sei — ele responde, impaciente. — Nathan! — Sierra grita do interfone. — Não me faça esperar aqui fora. Os vizinhos vão começar a falar. — Preciso subir — digo, já indo em direção às escadas. — Preciso me esconder. — Calma — Nathan me segu

"Ann Sterling"Chego em casa às onze da manhã, ainda processando tudo que aconteceu desde ontem à noite. Nossa conversa, a manhã estranhamente normal que tivemos, a visita inesperada e… a fuga desesperada, como se eu fosse uma criminosa. Pelo menos não fui descoberta. — Pequenas vitórias — murmuro, fechando a porta do táxi. Entro em casa sem fazer barulho, mesmo sabendo que Margareth e meu pai continuam dormindo. No sábado, a preguiça é ainda maior. Subo as escadas de dois em dois degraus, ansiosa para chegar ao meu quarto e processar tudo que aconteceu nas últimas horas. Mas, claro, não posso ter essa sorte. — Ann! — Harper praticamente pula da cama quando me vê entrando. — Finalmente! Onde você estava? — Oi, Harp — murmuro, deixando a bolsa de lado. — Bom dia. — Não me venha com “bom dia” — ela se levanta, cruzando os braços. — Estava preocupada! Onde passou a noite? Solto um suspiro baixo, tirando os sapatos. Não vou conseguir fugir dessa pergunta, mas posso adiar. — Enc

“Nathan Prescott” O dia estava muito tranquilo para ser verdade. Então, bastou esquecer o celular na minha sala para meu mau-humor voltar com força. Como se já não fosse o suficiente, minha irritação atinge seu limite quando viro no corredor e ouço a voz da Ann… Quarta-feira. Jantar. Com o dançarino fajuto das flores. Minhas pernas param imediatamente e as palavras escapam antes que eu consiga controlar. — Você não vai jantar com ninguém. Ann congela com o telefone ainda na mão e se vira devagar para me encarar. Pelos olhos arregalados, é óbvio que não esperava me ver. — Sr. Prescott, não deveria estar no almoço? — ela sussurra, cobrindo o telefone. — Desligue — ordeno, seco. — Jake, posso te ligar depois? — ela fala rapidamente no telefone. — Surgiu algo urgente aqui. Ela encerra a ligação e se vira para me encarar, arqueando as sobrancelhas. — Por que não posso jantar com… — Temos uma viagem de negócios quarta-feira — corto, impaciente. — Saímos pela manhã, s

“Nathan Prescott” São quase seis da tarde quando finalmente consigo começar a revisar os contratos para a viagem. Mal leio duas páginas quando ouço duas batidas na porta. — Entre — digo, sem levantar os olhos. — Sr. Prescott — Ann entra na sala, com a bolsa no ombro. — Precisa de mais alguma coisa antes de eu ir embora? Levanto o olhar e a observo. Ela mantém aquela postura hesitante de sempre, como se tentasse adivinhar meu humor antes de qualquer movimento. — Feche a porta — ordeno. Ela obedece, franzindo levemente as sobrancelhas, e se aproxima da mesa. — Algum problema? — Nenhum problema. — Dou a volta na mesa até parar diante dela. — Está tudo pronto para amanhã? — Sim. Tudo está organizado. — Ótimo. Espero que consiga se comportar de maneira profissional. — Quando não me comporto de maneira profissional, Sr. Prescott? — retruca, arqueando a sobrancelha. — Quando marca encontros no horário de trabalho, por exemplo. Vejo a irritação brilhar em seus olhos

O St. Regis São Francisco é exatamente o tipo de lugar que eu imaginava que existia, mas nunca pensei que pisaria. Já viajei a trabalho com Robert algumas vezes, mas sempre ficamos em hotéis que nem de longe se comparam a um cinco estrelas. Mármore por todo lado, lustres que provavelmente custam mais que meu salário anual… Nathan para ao meu lado sem demonstrar nada, como se fosse apenas rotina. Para ele, provavelmente é. — Primeira vez no St. Regis? — pergunta, notando minha expressão. — Primeira vez em qualquer lugar parecido com isso — admito, sem me preocupar em esconder o deslumbramento. — Aqui é… impressionante. Ele só acena com a cabeça e segue direto para a recepção, enquanto fico alguns passos atrás, ainda olhando tudo ao redor. — Sr. Prescott — a recepcionista sorri profissionalmente. — Seja bem-vindo de volta. Suas reservas já estão prontas. Ela entrega dois cartões-chave e começa a explicar algo sobre as suítes que nem consigo processar. Continuo tentando acreditar