“Nathan Prescott” Descemos juntos e encontramos meus pais e minha avó entrando enquanto cumprimentam Isabella. — Chegaram cedo — comento, olhando para o relógio. Ainda faltam dez minutos para as sete. — Sua avó estava ansiosa — Finn responde, tirando o casaco. — Não nos deixou quietos desde que vocês chegaram do hospital. — Só queria ver minha neta com meus próprios olhos — minha avó rebate, indo direto até Ann e segurando seu rosto com as duas mãos. — Você está pálida, querida. — Estou bem, Dorothy. — Você parece cansada. — Ela me lança um olhar acusador. — Nathan te deixou descansar? — Ela dormiu a tarde inteira, vó — respondo, revirando os olhos. — Bom. — Sorri, satisfeita. — Pelo menos nisso você está fazendo certo. Minha mãe se aproxima, observando Ann de cima a baixo, mas não comenta nada sobre a aparência dela, o que já é um progresso considerável. — Trouxe uma torta para a sobremesa — minha mãe diz, por fim. — Isabella levou para a cozinha. — A senhora… cozinhou? —

“Nathan Prescott” A porta do meu escritório se abre sem aviso e Ann entra. Já sei que algo está errado pela expressão no rosto dela e fico em alerta imediatamente. — O que foi? — pergunto, me levantando imediatamente. — Richard está esperando lá fora — ela diz, com a voz baixa, controlada. Mas vejo suas mãos tremerem. — Disse que tem reunião com você. Logan, que estava me ajudando a revisar alguns contratos, levanta a cabeça. — Richard? — Minha mãe disse que ele queria conversar comigo. A Kimberly deve ter encaixado em algum horário — respondo, indo até Ann. — Ele não vai chegar perto de você. Entendeu? Não vai. Ela assente, mas continua tensa. — Quer que eu mande Richard embora? — pergunto, preocupado com a reação dela. — Posso pedir para a segurança escoltá-lo para fora. — Não. — Ela respira fundo. — Não. Você precisa ouvir o que ele quer. Só… não quero ficar lá fora enquanto ele estiver aqui. — Então não fica. — Desvio o olhar para Logan. — Leva a Ann para sua sala. Fica

“Ann Prescott” Acordo com Nathan já vestido, ajeitando a gravata em frente ao espelho. — Bom dia — murmuro, ainda meio sonolenta. Ele se vira e sorri. — Bom dia, pequena. Dormiu bem? — Demais. Que horas são? — Sete e meia — meu marido responde, vindo até a cama e se inclinando para beijar minha testa. — Mas você pode dormir mais um pouco. Sua consulta é só às dez. A consulta do pré-natal. Sinto um frio na barriga, uma mistura de ansiedade e empolgação. — Não vou mais conseguir dormir — admito, me sentando. — Estou ansiosa e nervosa demais para isso. — Nervosa? — Ele pergunta, se sentando na beirada da cama e pegando minha mão. — Por quê, pequena? — Não sei. E se algo estiver errado por causa de Las Vegas? E se… — Ann — ele me interrompe, apertando minha mão. — Esqueceu que a médica disse que está tudo bem? Que o bebê está crescendo normalmente? — Eu sei, mas… — paro de falar, passando a mão pela barriga. — Ainda parece tão irreal. — Vai parecer mais real depois de hoje,

Oito semanas.Passaram-se oito semanas desde que descobrimos que não estamos esperando um bebê, mas dois.E essas semanas foram… intensas.A notícia dos gêmeos surpreendeu todo mundo, claro.Dorothy gritou de alegria e começou a ligar para todas as amigas, anunciando que ia ter bisnetos gêmeos.Eleanor ficou em choque por uns bons cinco minutos antes de começar a fazer planos para “dois quartos perfeitos”. Finn riu da cara de Nathan e fez piada sobre ele nunca fazer as coisas pela metade.Harper chorou mais do que eu quando contei. Disse que ia ser a melhor madrinha do mundo. Para os dois.E Logan, claro, provocou Nathan sem dó, dizendo algo sobre “eficiência reprodutiva”.Falando em Harper e Logan… eles finalmente assumiram o relacionamento. Oficialmente.O que significa que agora eu tenho que aguentar os dois sendo grudentos o tempo todo.Daniel ficou empolgado quando fui visitá-lo no hospital para contar. Disse que mal pode esperar para conhecer os sobrinhos.Ah, e quanto à minha s

Observo minha madrasta entrar no quarto com os cabelos grisalhos presos em um rabo de cavalo, a roupa amassada e o mesmo cheiro de cigarro de sempre. A mesma Margareth de sempre. Ela ignora completamente minha expressão insatisfeita e vai direto até Daniel, beijando a testa dele. — Meu filho — diz, com um sorriso ensaiado. — Estou tão feliz pela sua alta. Graças a Deus, você está bem. — Obrigado, mãe. Ela endireita a postura e, só então, se vira para mim, ainda sorrindo. — Então, Ann… já que Daniel vai receber alta, ele volta para casa comigo, é claro. — Fala como se fosse algo óbvio. — Mas vou precisar que você me ajude financeiramente. Agora vou ter que me dedicar integralmente ao meu filho, não vou poder trabalhar. Esfrego a mão no rosto, tentando não rir da cara de pau dela. Margareth já não trabalhava antes, imagina agora? Sem contar que, se eu der dinheiro a ela, é bem capaz de gastar tudo em apostas enquanto meu irmão passa necessidade. — Na verdade — ela continua, se