O trajeto até a casa de Nathan é silencioso, mas confortável. Ele dirige com uma mão no volante e a outra segurando a minha, de vez em quando lançando olhares rápidos, como se ainda estivesse preocupado. — Para de me olhar desse jeito — digo, sorrindo. — Estou bem. — Só checando — ele responde, levando minha mão até os lábios e beijando meus dedos. — Você desmaiou há algumas horas. Tenho direito de ficar preocupado, certo? Assinto, sorrindo como uma boba. Pouco depois, quando Nathan vira na rua dele, vejo um carro estacionado em frente à casa. Um carro que reconheço. Nathan reduz para entrar na garagem no mesmo momento em que Logan sai do carro dele, gesticulando na nossa direção. — Cara, foi mal — Logan começa, sem nem dar tempo para Nathan falar. — Já procurei em tudo que é canto, mas não encontrei a… Ele para de falar e arregala os olhos quando me vê sentada no banco do passageiro. — Ann — diz, com tanto alívio na voz que quase me faz chorar. Malditos hormônios. — Você est

Martha assente e desaparece em direção à cozinha. Respiro fundo e guio Ann até a sala de estar. Vovó Dorothy está sentada na poltrona favorita, com um copo de vinho na mão. Meu pai está no sofá, mexendo no celular. E minha mãe, parada perto da lareira. O rosto dela se fecha no exato segundo em que me vê com Ann. Perfeito. — Nathan, querido! — vovó Dorothy exclama, se levantando e vindo até nós. — E Ann! Que alegria te ver de novo, querida. Ela abraça Ann calorosamente, e vejo minha mulher relaxar um pouco. — Também estou feliz em ver a senhora — ela responde, sorrindo. Meu pai se levanta e vem nos cumprimentar. — Nathan — ele diz, apertando minha mão. — Ann, é um prazer vê-la. — Igualmente, Sr. Prescott. — Pode me chamar de Finn — ele corrige, com um pequeno sorriso. Então olho para minha mãe, que claramente não tem a intenção de se levantar. Ela só nos observa com aquela expressão insatisfeita. — Mãe — digo, mantendo o tom neutro. — Nathan — ela responde, igualmente fria

Nathan e Finn voltam com o champanhe e as taças, servindo para todos, exceto eu, que ganho um copo de suco de uva. — Um brinde — Finn diz, levantando a taça. — Ao Nathan e à Ann. E ao novo membro da família que está chegando. — À família — Dorothy adiciona, sorrindo. — À família — Nathan repete, olhando para mim com tanto amor que meu coração aperta. — À família — murmuro, brindando com eles. Bebemos e rimos juntos. Pela primeira vez desde que chegamos aqui, consigo respirar direito. Eleanor ainda é um problema, claro. Ela deixou bem claro que não me aceita, que não sou… “digna” de um sobrenome que, sinceramente, nem me faz diferença. Mas Finn nos apoiou. Dorothy está radiante com o novo membro. E Nathan… Desvio o olhar para o meu marido, sentado ao meu lado, segurando minha mão e me olhando como se eu fosse a coisa mais preciosa do mundo. E tudo isso importa muito mais do que a aceitação da minha sogra. — Então — meu sogro diz, voltando a se sentar. — Vocês já pensaram em

Dorothy sorri, aquele sorriso que já aprendi que sempre vem acompanhado de alguma coisa. — Haverá um jantar beneficente — ela explica. — Toda a elite de Los Angeles estará lá. E, claro, Nathan também. Como CEO da Evermont, ele sempre precisa comparecer a esses eventos chatos. Ah. Agora começo a entender. — Então está me preparando para… impressionar sua família? — pergunto, sem jeito. — A senhora também acha que eu… — De maneira alguma, querida — Dorothy me interrompe rapidamente. — Só estou te preparando para se sentir confiante. Para entrar naquele jantar e mostrar para Eleanor, e para qualquer um que duvide, que você pertence ao lado de Nathan. — Mas eu não preciso… — Sei que não precisa — ela me corta de novo, segurando minhas mãos. — Mas quero fazer isso por você. Me deixa? Olho para essa mulher incrível que mal me conhece, mas já me trata como se eu fosse neta dela, e percebo que não é só pela Eleanor. Não, realmente. Também é por Dorothy querer me dar algo. Quere

Durante toda a minha aula, Nathan permanece sentado no sofá, observando tudo com um sorriso.— Você está se divertindo — resmungo, estreitando os olhos para ele.— Um pouco — meu marido admite, sorrindo. — É engraçado ver você aprendendo coisas que sempre soube.— Não é engraçado. É confuso.— É ridículo — ele corrige, fazendo uma careta. — Mas é necessário, infelizmente.Madame Laurent bate palmas, atraindo minha atenção. E lá vamos nós para as taças.Ela começa a explicar qual é para água, qual é para vinho tinto, para vinho branco, para champanhe…Como segurá-las pela haste, não pelo corpo. Como brindar adequadamente.Quanta frescura… Por que não podem simplesmente padronizar uma taça para tudo?— E nunca, jamais — ela enfatiza, com o dedo levantado — beba tudo de uma vez. Pequenos goles. Sempre pequenos goles.— Pequenos goles — repito, como se estivesse memorizando para uma prova.— Très bien.Depois das taças, ela passa para a conversação: como iniciar diálogos em eventos sociai