༺ Amara Wild ༻Horas depois, acordo com um peso opressor, como se estivesse em sono profundo há dias.O teto chama minha atenção de imediato. Não reconheço o desenho dourado em relevo nem o lustre colossal que irradia luz sobre mim.Tento me mover e percebo que visto uma camisola de seda branca, fina e estranha ao toque. Meu coração acelera descontroladamente. Quem ousaria me trocar de roupa?Levanto-me осторожно, examinando o espaço ao redor. É amplo, exageradamente luxuoso. Cortinas de veludo caem até o chão, tapetes orientais adornam o mármore, e um perfume doce e enjoativo impregna o ar.Aproximo-me da janela, mas está selada. A ansiedade aperta meu peito com força."Que lugar é este?", penso, lutando para controlar a respiração.As lembranças da noite anterior invadem minha mente como um golpe brutal. O carro preto, os homens armados, o gosto amargo do medo. Engulo em seco. Será que me encontraram?E se este fosse um quarto seguro, um refúgio temporário? Tento me agarrar a essa e

༺ Amara Wild ༻Respiro fundo, tentando acalmar o coração que ainda martela no peito. O alívio me invade quando vejo aqueles quatro entrando pela porta como se fossem uma muralha viva.A sensação de estar segura volta aos poucos, mas o medo do que poderia ter acontecido ainda me queima por dentro.Se esse maldito do Samir tivesse conseguido me tirar daqui, eu provavelmente nunca mais teria voz, nunca mais teria liberdade.Fico abraçada a Domenico, quase incapaz de soltar. Ainda encaro esse velho maldito, que agora se levanta com um olhar carregado de ódio e a postura de quem ainda acha que tem poder sobre mim.— Vocês vão se arrepender. Contarei tudo para o pai de vocês — ele solta, a voz carregada de ameaça.Domenico é o primeiro a responder, firme:— O senhor, faça o que achar necessário. Mas vou adorar explicar por que a gente quebrou a sua cara. Você sabe, né, que pela lei do seu país, roubar a mulher dos outros dá pena de morte? Ou estou enganado?Os olhos de Samir se arregalam po