Sofia o puxou pela gola da camisa e o beijou com raiva, como se descarregasse ali todas as frustrações que aquele plano maldito estava causando. Isaac correspondeu com a mesma intensidade, como se precisasse provar a si mesmo que ainda era desejado, ainda era dominante. Ainda era ele quem comandava o jogo.Os beijos se tornaram toques, os toques viraram urgência. Mas, no fundo, nem um dos dois estava ali por amor. Era sede de poder, de controle, de se sentirem menos fracos diante de tudo que escapava por entre os dedos. A cama rangia como um grito abafado em meio ao caos emocional que os cercava.Depois, deitados lado a lado, ofegantes e nus, o silêncio voltou. Não o mesmo silêncio amargo de antes, mas um mais cansado. Como se até o desejo tivesse limites quando tudo ao redor girava em torno de obsessões.— A gente vai perder essa guerra se continuar agindo como crianças mimadas. — Sofia murmurou, sem encará-lo.— Eu não vou perder. — Isaac respondeu, com a voz firme, mesmo que seus o

Mas naquele momento, era mais fácil fingir.— Você é minha, Rebeca… — Isaac sussurrou entre beijos, como se quisesse selar a verdade com a mentira que melhor sabia contar. — Sempre foi minha.Ela não respondeu. Apertou os olhos e deixou-se envolver.Com calma Isaac desabotoou sua camisa, deixando seu peitoral malhado à mostra enquanto era observado pelos olhos curiosos de Rebeca. Ele tirou a peça de roupa lentamente, ficando apenas de calça jeans. — Eu amo você como nunca amei ninguém! — Ele mentiu, buscando aprisionar Rebeca cada vez mais em suas teias de mentiras.Devagar, abriu as pernas dela, confortando-se no meio delas e inclinou-se, fazendo com que a mulher que estava na cama sentisse sua excitação. Rebeca prendeu a respiração, os olhos marejados enquanto sentia o peso dele sobre si. Não era só o peso físico, mas o de uma história inteira distorcida, construída com palavras que agora pareciam doces demais para serem verdadeiras. Isaac segurou seu rosto com uma delicadeza cal

Ainda naquela manhã, Rebeca acordou no quarto de hotel de Isaac. Estava vestida com seu vestido — mais uma jogada para fazê-la sentir-se acolhida. Mas seu corpo ainda doía. Não por algo físico, mas emocional. Era como se ela estivesse carregando a culpa nos ombros.Isaac dormia ao seu lado, fingindo um sono leve. Mas estava acordado. Escutava cada respiração dela. Cada suspiro. Sentia a tensão crescendo no ar, e sabia que precisava agir rápido para evitar qualquer reviravolta.— Bom dia, minha menina. — ele murmurou com a voz rouca, rolando para o lado e abraçando-a por trás.Rebeca não respondeu de imediato. Seus olhos estavam fixos no teto. A mente, longe dali.— Preciso ir embora. — ela disse, por fim, afastando-se com delicadeza.— Já? — ele fingiu estar surpreso. — Dorme mais um pouco… você precisa descansar. Acordou muito cedo.— Não posso, Isaac. Tenho que voltar. As pessoas... vão começar a desconfiar.Isaac se sentou, o lençol caindo até a altura de sua cintura. Seu corpo esc

Arthur estava encostado em seu carro preto, vestido com uma camisa social branca dobrada até os cotovelos e calça de alfaiataria. Os cabelos estavam levemente desalinhados, como se ele tivesse passado a mão neles algumas vezes demais.Ao vê-la, endireitou-se, abrindo a porta do carro para ela.— Você está linda — disse, com sinceridade e um olhar mais suave do que Rebeca esperava, abraçando-a.— Obrigada — ela respondeu, mantendo o sorriso treinado que o pai havia exigido. — Estou sendo seguido por fotógrafos. — Ele falou baixo em seu ouvido.— Eu já imaginava. — Rebeca respondeu, sorrindo como se Arthur tivesse falado algo banal.Arthur assentiu quase imperceptivelmente e, com um leve toque em sua cintura, ajudou Rebeca a entrar no carro, no banco do passageiro, dando a volta no automóvel e sentando-se do lado do motorista.O interior era espaçoso, elegante, com um leve aroma de couro novo misturado ao perfume amadeirado que ele usava. A porta do lado dele se fechou suavemente, abafa

Arthur olhou para ela em silêncio por alguns instantes. O olhar não era de desafio, tampouco de arrogância. Era um acordo silencioso sendo selado entre dois prisioneiros do mesmo castelo.— Está bem — ele respondeu, enfim, com a voz rouca. — Esse será o nosso quarto. O “quarto oficial”.— Eu odeio tudo isso — ela disse, baixinho. — Essa casa, esse casamento, essa vida de mentira. Eu odeio não ter escolha.Arthur deu de ombros.— As aparências são tudo para os nossos pais — Ele falou, andando até a janela e empurrando a cortina pesada para o lado. — Eles fingem que vivem num castelo de ouro quando tudo já está ruindo por dentro. E agora querem que a gente continue a farsa por eles.Rebeca não respondeu. Ficou parada ainda sentada na cama do quarto. Os dedos apertavam o tecido fino do vestido na altura da barriga, como se aquilo fosse impedir a dor de subir até o peito.O silêncio entre os dois não era desconfortável — era denso, cheio de significados não ditos. Ela passou os dedos lent