EROSEstou no hall do hotel, ao lado do balcão da recepção aguardando o meu pai e o Atlas, quando Cristian, nosso gerente, se aproxima.— Sr. Eros, devo lembrar mais uma vez que o Sr. Theodore proibiu terminantemente que qualquer membro da família Makris usasse as dependências do hotel para satisfazer desejos sexuais, com exceção, é claro, dos quartos.— Fui flagrado, né?— As imagens sumiram esta manhã, se é que me entende, mas isso não pode continuar acontecendo. Se o Sr. Theodore descobrir que aconteceu e que não reportei à ele, posso perder o meu emprego. E, como sabe, preciso desse emprego.— Você tem toda razão, Cristian! Me desculpa! Prometo que isso não vai mais acontecer. Cristian é um bom amigo. Já me safei de me encrencar com meu pai várias vezes, principalmente na adolescência, graças a ele.— Obrigado, senhor!— Eu que agradeço!Meu pai e Atlas descem juntos. Rapidamente, Cristian e eu mudamos de assunto.— Bom dia, Cristian! — Meu pai e meu irmão falam ao mesmo tempo.—

EROSMeu pai não imagina o quanto me ferrou mostrando aquelas imagens na frente da Chiara.Não posso culpar o velho, ele já tinha avisado que não queria nenhum membro da família Makris fazendo esse tipo de coisa nas dependências do hotel. Há alguns meses, Apolo levou uma garota de menor para o hotel, eles foram filmados no elevador e, apesar de ter sido consensual, os pais da garota não gostaram nem um pouco e denunciaram Apolo. A repercussão para o hotel e para nossa família foi péssima e, desde então, meu pai nos proibiu de fazer esse tipo de coisa.Isso, inclusive, estremeceu a relação do meu pai com alguns acionistas.Por sorte, quando estive no hotel com Chiara, Cristian apagou as imagens antes que meu pai ou qualquer acionista pudesse ver. Se Cristian apagou as imagens novamente, quem mostrou para o meu pai?Tento levantar do sofá as pressas para Chiara não ver as imagens no celular do meu pai, mas é tarde demais. Ver o semblante de decepção em seus olhos, me parte o coração.

CHIARA O mais perto que eu já senti de ciúmes na vida, foi dos meus pais com Elena ou da Elena com Giuliana.Ainda assim, nada chegou perto do que senti hoje, ao ver aquelas imagens do Eros aos beijos com aquela garota.Doeu ver aquilo, de uma forma que até então, era desconhecida para mim.Eu fechei a porta do quarto de hóspedes da casa da Elena e chorei, como nunca antes chorei por alguém.Sei que Eros e eu não temos nada, mas foi o que senti, e nem sempre dá para controlar os nossos sentimentos.Estou decidida a me afastar e ignorá-lo por completo, mas fracasso miseravelmente.Não consigo não visualizar suas mensagens, e, quando ele diz que o seu pai sabe sobre nós, é mais forte do que eu responder. No fim das mensagens, lá estou eu prometendo que teríamos uma conversa.Durmo com os meus olhos pesados pelas lágrimas que derramei. Meu sono é leve e agitado; acordo ainda mais cansada do que quando fui dormir. Até ficaria um pouco mais na cama e faltaria às duas primeiras aulas, mas

CHIARA Vejo um casal discutindo, quando saio do carro no estacionamento da universidade.Conheço a garota, ela se chama Olívia. Nós pagamos algumas disciplinas juntas.Estou prestes a andar em direção aos corredores, ignorando os dois, quando vejo que ele aperta o braço dela a forçando a entrar no carro. O que esse idiota pensa que está fazendo?Corro em direção a eles.— Ei, não percebeu que ela não quer ir? — Me coloco entre eles.— Não se mete, garota. O assunto aqui é particular.— Olívia, você quer ir? — Pergunto a garota, mas sem tirar os olhos do babaca à minha frente.— Não — ela responde, com a voz trêmula. — Eu não quero ir. — Olívia, estou perdendo a paciência — vejo a ameaça nos seus olhos e no tom da sua voz.— Eu já perdi a minha faz tempo — meus olhos se estreitam enquanto o encaro. — Para de tentar intimidar ela.— Ugo, acabou! Só me deixa em paz — Olívia pede.— Viu? Ela não quer ir.— Olívia, eu não vou falar de novo — mais uma ameaça do escroto de merda. — Entra

EROS Alguns dias se passam, e o fim de semana se aproxima. Com exceção do dia que cheguei na Grécia, que foi o dia que contei para Chiara que o meu pai sabia sobre nós, ela não respondeu mais as minhas mensagens e nem atendeu minhas ligações. Tudo bem que ela está magoada, mas quando disse que aceitaria conversar comigo pessoalmente, imaginei que tinha baixado a guarda, pelo menos um pouco. Vou para a universidade de manhã. Terei aulas até às 13:00 horas. Após isso, terei duas reuniões que devem me prender até o final da tarde. Assisto cada uma das aulas sem muita empolgação. Ao final da ultima, decido tomar um café. Minha primeira reunião na empresa, será às 17:00 horas e a segunda às 18:00 horas, então ainda tenho um bom tempo. Decido deixar para almoçar na empresa. — Eros… — escuto uma voz famíliar. — Oi, Sofia! — falo, sorrindo e abraçando-a. Eu e Sofia nos conhecemos na universidade e namoramos por dois meses. Acabamos percebendo que funcionamos melhor como ami