Chase Harrison O salão principal do Capitólio estava abafado, e o ambiente parecia pegar fogo, porra. Isso, no entanto, não tinha absolutamente nada a ver com o ar-condicionado no máximo. As vozes se erguendo, sim. Acaloradas, estávamos na mesma ladainha à horas.Mantive meus olhos em cada reação e discurso, tentando afastar a mente da minha casa, e da ideia de que Graham provavelmente já havia feito algo que fizesse a Harper correr para bem longe, merda.— Governador, com todo respeito, o projeto de privatização das reservas ambientais vai gerar bilhões em investimento estrangeiro. Estamos falando de progresso.Entrelacei os dedos sobre a mesa, encarando o miserável exatamente como merecia: merda nenhuma.— Estamos falando de destruir um patrimônio natural em troca de cheques temporários. Não vou vender floresta para comprar votos, senador. Isso aqui não é um leilão.Silêncio.Eu não era o tipo de homem ambientalista, e muito menos fazia o gênero que preservava a natureza, em detrim

Harper Ward A primeira coisa que pensei ao acordar foi: “Comida.”A segunda: “Pelo amor de Deus, onde é que eu estou?”A casa era silenciosa, elegante demais pra ser um hotel e cheirava a café fresco com um toque de arrogância masculina. Então lembrei: Chase Harrison. A mansão. Grace. Sangue. Trauma. Drama.Minha vergonha dançando Tina Turner. Mas eu estava faminta demais para me envergonhar.Vesti uma camiseta de alguém, e que, por ser longa, eu deveria ter percebido ser masculina. Só não sabia, no entanto, o que fazia no meu quarto.É o que dizem: se está no meu território, é minha. Saí em direção ao som das vozes. Ainda estava meio grogue de sono, cabelo parecendo o de um leão pós-batalha e com o estômago gritando mais alto que minha dignidade.— Ah, você está viva — Grace sorriu, sentada à mesa da cozinha, mordendo uma panqueca como se não tivesse quase matado um cara duas noites atrás.E eu sendo sua cúmplice... — Uhum. — Minha barriga respondeu por mim com um rugido que pod

Harper Ward Não acredito que me convenci a fazer algo assim. Onde eu estava com a cabeça? A dor era muito chata, e eu não conseguia parar de me remexer dentro do carro, exatamente como uma garota birrenta.— Inferno, Aprill. Nunca mais deixo você me convencer a fazer algo da lista. — Resmunguei, ainda inquieta. Apertei o cinto com brutalidade, como se a culpa fosse dele.— Você sabe que vai fazer... Você é muito decidida, e dedica. ­ — Argumentou. Inferno, eu sequer podia negar. A garota me conhecia anos.Não era, mas estava ajudando a doer mais. Dário estava ao lado do motorista, ainda sem demostrar reação. Quando esse homem se tornou meu guarda-costas? Havia um sorriso preso nos lábios, como se soubesse exatamente o que eu havia aprontado.Ótimo! Como se eu precisasse disso...— Tudo certo aí? – O infeliz perguntou, sua voz sempre passando uma neutralidade irritante que não havia nos olhos expressivos. — Ótimo! — Quase lhe mostrei meu dedo do meio levemente torto. — Só estou ago