Chase Harrison Soube que perderia o controle da noite assim que meus olhos se chocaram com todo o vermelho exibido como numa vitrine. A maldita pele branca se destacava, assim como as sardas, mesmo que o ambiente onde estava estivesse em uma meia luz. E porra, a maneira como tinha as pernas abertas, revelando a pinta na coxa que só eu tinha o direito de ver, confesso, me tirou o chão. Fez-me ranger os dentes ao perceber que havia mais do que apenas eu encarando a mulher ali.Não esperava encontra-la essa noite. Em nenhuma outra, para ser mais exato.O salão estava lotado de vozes irritantes, conversas chatas e taças tilintando, o que não significava absolutamente nada. Repleto de alianças frágeis, eu estava acostumado a transitar por aquele ambiente. Mas e quanto a Harper Ward? Será que ela tinha noção de que, ao ser a atração da noite, também atrairia propostas incisivas de homens tão desgraçados quanto eu?Nunca me deixei enganar, não havia amigos em um jogo político, tampouco a pr

Chase Harrison — O que você está fazendo? – Harper podia fingir o quanto quisesse, porque seus lábios ainda estavam entreabertos, enquanto ela se esforçava para disfarçar a maldita respiração ofegante. — Eu disse para você me esquecer!Um passo em sua direção foi o que bastou para que ela recuasse como a porra de um animal encurralado prestes a ser devorado, e merda, eu queria come-la inteira e ainda não parecia ser o bastante, porra.— É o que quer, anjo? Quer que eu te esqueça? — Ainda continuei a avançar, embora ela estivesse encurralada pela mesa de mogno atrás dela.— S-sim... — Os olhos se fecharam quando minhas mãos deslizaram pela nuca, atendo-se as mexas cobre de seu cabelo. A porra do cabelo cheiroso que me deixou atordoado. — Você não parece ter tanta certeza, anjo. — Me forcei entre suas pernas, deslizando uma das mãos pelos ombros expostos. — Você diz que me quer longe, e se isso for o que realmente quer, vai ter que se esforçar mais. — Beijei a curva do pescoço, a faz

Harper Ward O ranger da porta me alertou de que ele havia finalmente aparecido. Quase três horas esperando, entre um banho longo, um copo de algo alcoólico e revirar na cama, o meu pecado parecia finalmente entrar pela porta.E apesar da meia luz, eu ainda conseguia enxergar a tensão emanando dele, não por ver que eu realmente estava ali, e sim porque, aparentemente, algo havia acontecido lá fora.Algo grave, talvez. De qualquer maneira, deslizei as cobertas e levantei, nua, orgulhosa por conseguir cumprir o que ele pediu. A espera de que ele me tocasse ao ver que suas ordens foram atendidas, nunca terminou. Ao contrário, Chase enfiou as mãos nos bolsos e me observou. Calado...— O que aconteceu? — Já me sentia insegura o bastante por estar ali, e o fato de que Chase acendeu a luz, me tornou ainda mais consciente de que somente eu estava exposta. — Isso que estamos fazendo, Harper... — Parecia custar um inferno que dissesse, mas talvez estivesse apenas na minha cabeça. — Não podem

Chase Harrison O relógio ao lado piscava um maldito vermelho irritante.2h e 47 da manhã, e o sono ainda não havia me dominado. Não que fosse lago fácil dormir quando se tinha responsabilidades tão grandes sobre meus ombros, ainda assim, nunca foi tão difícil.Porra, que merda eu fiz? O travesseiro parecia quente demais, apesar do ar condicionado no mínimo, e mesmo depois de tomar banho, o cheiro de baunilha e canela havia se recusado a sair da minha pele, porra. Isso me incomodou de modo que, antes que pudesse perceber, removi o braço de cima dos olhos, apenas por que desejava afasta-la dos meus pensamentos.Eu conhecia esse caminho, e ela não iria por ele...Tentei obrigar a minha mente a entrar em repouso, ao menos por alguma hora. Havia uma merda de viagem inadiável na tarde daquele mesmo dia, e a merda seria como um campo minado. Eu precisava de fogo, e não de uma ruiva quente na porra da minha cabeça.O celular começou a vibrar.Uma, duas vezes.Sendo ignorado, a princípio.M

Harper Ward O carro deslizou por ruas desconhecidas, enquanto, sob o olhar vigilante do Chase Harrison, falei com a minha amiga que estava quase chegando em casa.Somente quando passamos por um portão grande de ferro, com vigilância armada, percebi o que ele havia feito.Olhei para Grace recostada no ombro do pai, dormindo tranquila como se não tivesse acabado de passar pelo pior susto de sua vida, e isso me ajudou a não xinga-lo como eu realmente queria.— O senhor disse que me deixaria em casa. — Murmurei, tentando parecer mais gelada que as minhas mãos de defunta. — A senhorita, como sempre, confiando cegamente... — O maldito sequer me olhou. Apenas esperou que a porta fosse aberta, e pegando sua filha no colo, deslizou para fora do carro. Ignorando a minha irritação, permaneci sentada, pensando que, agora eu poderia finalmente ir.Claro que eu estava enganada. — Você vem, ou pretende dormir no meu carro, senhorita Ward?— Governador, com todo o respeito...— Porque toda vez