A brisa matinal agitava as folhas das árvores, carregando consigo o aroma de jasmim e terra úmida. O sol mal se filtrava entre as copas das oliveiras, projetando sombras sobre o gramado meticulosamente cuidado. Svetlana estava sentada num banco de pedra, com os braços envolvendo as pernas, o queixo apoiado nos joelhos. Seus olhos azuis, gelados como o inverno russo, perdiam-se no horizonte, onde a linha do céu se fundia com a imensidão da propriedade que, para ela, não passava de uma gaiola adornada com luxos.Não entendia por que Dante a havia confinado a um setor da mansão depois de garantir que ela era livre para circular pela casa. Não compreendia aquela contradição. Supunha-se que não era mais uma prisioneira, mas as portas fechadas e a vigilância constante diziam o contrário. Era como um pássaro com asas cortadas, a quem ofereciam uma gaiola maior, mas sem a possibilidade de voar.Por sorte, tinha livros. Montanhas deles. Histórias de amor, de guerra, de traição. Às vezes, mergu
Ler mais