“Às vezes, a maior ameaça é aquela que se esconde no silêncio… à espera da hora certa.”A tela azulada piscava lentamente dentro de um bunker subterrâneo, o brilho fraco refletindo nos olhos frios de um homem de terno escuro. O silêncio da sala era tão denso quanto o peso das informações que ele analisava. As imagens captadas por drones e câmeras ocultas mostravam o time Alfa em ação. Mas não era neles que seu interesse recaía.Era nela.Sophia Scoot.O nome aparecia ao lado do vídeo que a mostrava digitando com precisão absurda, cercada de telas, a respiração pesada e o sangue escorrendo do nariz sem que ela sequer parasse.O homem cruzou os dedos sob o queixo e soltou um sorriso quase imperceptível.— Finalmente... A mente que desmantelou três dos nossos bloqueios em menos de dez minutos — murmurou. — A criança silenciosa cresceu… e se tornou uma ameaça.Ao seu lado, um agente se aproximou.— Senhor, ordens?— Observem. Vigiem. E quando ela se distrair… destruam tudo que a faz forte

“Tem gente que conquista o mundo com armas. Ela fez isso com um prato de macarrão e um bico emburrado.”A base ainda vibrava com os ecos da explosão. A segurança fora triplicada. O time Alfa estava de prontidão. Mas, naquela noite, Viktor Belmont queria apenas uma coisa: tempo com ela.E como se lesse seus pensamentos, quando ele abriu a porta de casa, o cheiro de alho dourado, molho e alguma coisa mágica tomou o ar.— Scoot?— Na cozinha! — a voz veio leve, abafada entre o barulho da panela.Viktor tirou a jaqueta tática e pendurou-a no encosto da cadeira. Ao entrar na cozinha, parou. Literalmente parou.Sophia estava ali, de avental preto, cabelos presos em um coque bagunçado, bochechas coradas pelo vapor da panela, e cantarolava baixinho enquanto mexia a massa.Ele encostou na porta, braços cruzados, um sorriso se formando no canto da boca.— Você está tentando me conquistar pelo estômago?— Tentando? — ela se virou, encarando-o com o nariz enrugado em falsa ofensa. — Eu vou te con

“Ela foi feita para os códigos, mas aprendeu a dominar sorrisos. E agora, o Major que se cuide… porque ela entrou no jogo.”A base estava em clima de festa. Uma cerimônia de homenagem e integração entre unidades especiais e setores civis de apoio, com uma porção de medalhas, discursos chatos e pessoas importantes — o que significava: roupas formais, boas maneiras e uma quantidade absurda de gente se achando demais.Sophia estava no alojamento feminino com Luna, encarando o espelho. O vestido que usava era preto com detalhes em renda, marcando a cintura fina e abraçando as curvas que o uniforme tático escondia. A fenda lateral revelava uma perna poderosa, e o decote discreto mostrava só o suficiente para causar pequenos acidentes de distração.— Você… você vai matar ele. — Luna disse, de boca aberta. — O homem vai pedir dispensa médica quando te ver.Sophia virou o rosto, passando batom com calma.— Ele me deixou toda molhada e foi embora rindo. Considero justo. — disse, como se estive

"Mesmo os lugares mais silenciosos podem ecoar gritos que ninguém ouviu."O silêncio da biblioteca era um alívio para Sophia. Ali, entre livros antigos e telas holográficas, ela encontrava seu refúgio.Já era o quarto dia desde que recuperaram o cartão de memória, parcialmente queimado, que sobreviveu ao atentado com o drone. Desde então, ela mal dormia. Estava decidida a decifrar os dados ocultos naquele fragmento.Estava sentada à mesa mais afastada do salão. Papéis espalhados, uma caneca de café intocada, a tela piscando com códigos criptografados e ao seu lado um livro técnico de criptografia de guerra.Foi então que uma voz suave cortou o ar:— “Trabalhando duro?”Sophia ergueu os olhos, distraída. Um soldado que ela não reconhecia se aproximava, sorrindo de forma educada. O uniforme era padrão, o crachá visível, o porte firme. Mas havia algo nos olhos dele… algo que gelava a espinha.— “Sempre.” — respondeu de forma contida, educada, como quem está tentando encerrar o papo. — “P

"Ela cuidava de todos como se fosse inquebrável… mas até o aço precisa de calor para não rachar."Três dias após o confronto com Pierre, Sophia ainda carregava um peso nos ombros — mas o disfarçava com trabalho, eficiência e seu silêncio certeiro.A missão da semana os levara para uma região montanhosa e fria, num estado vizinho. Precisavam mapear e limpar rotas de movimentação clandestina, e Sophia — como sempre — era o cérebro por trás da operação.No entanto, o local não tinha abrigo. Chovia, ventava e a temperatura parecia zombar dos ossos. Viktor quis recuar, mas a pequena teimosa só resmungou:— "Se vocês conseguem correr e lutar debaixo d’água, eu consigo coordenar com esse vento."De capuz encharcado, a pele trêmula e os dedos gelados, ela digitava os comandos num tablet de guerra enquanto o pingar constante da chuva molhava tudo à sua volta.Quando finalmente voltaram para a zona segura improvisada — um galpão abandonado que usaram como base —, Sophia assumiu o controle, como