83. Um presente
Nate DonovanEu tentei ligar pra ela três vezes. Quatro. Cinco. Nada.A tela acesa do celular refletia minha própria cara cansada, e eu tive que morder a vontade de pegar o carro e voltar pro hospital na mesma hora."Eu vou até lá", falei, já me levantando."Não vai, não", David cortou, sem levantar os olhos dos relatórios. "Ainda tem peça solta. E a gente só começou pela Lúcia.""Você quer o quê? Que eu fique sentado vendo vocês chutarem hipótese em cima de hipótese?"Enzo empurrou outra pasta pra mim. "Eu quero que você seja racional pelo menos até amanhecer."A madrugada foi um arrasto. Páginas, extratos, listas de contato, cruzamento de dados. A cabeça latejava e a cafeína já não fazia efeito. Eu lia e relia, mas o pensamento voltava pro hospital, pro jeito que ela tremia tentando não tremer.Quando o céu começou a clarear atrás da janela do escritório do David, eu estava um lixo: camisa amarrotada, olhos ardendo, mand
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