O dia de Patrick foi um turbilhão de reuniões e decisões cruciais. Depois que Victor saiu, ele foi informado de que o anexo estava vazio. Com uma frustração crescente, ele seguiu as tarefas do dia, não poderia conversar com ela até resolver tudo. Ele sempre foi assim, organizava seu plano e seguia a risca. Seus olhos azuis, geralmente impassíveis, estavam mais focados do que nunca, e sua postura formal não demonstrava um pingo de cansaço, mesmo após horas de negociações intensas. Desde o confronto com Victo, ele mergulhou de cabeça em um plano de contingência para proteger os interesses da H.S. Company. Ele e sua equipe jurídica e financeira trabalharam incansavelmente, analisando contratos, reestruturando acordos e traçando novas estratégias. A cada hora que passava, a complexidade da teia de negócios da Rollsbrook ficava mais evidente, e Patrick se sentia cada vez mais justificado em sua decisão de não injetar dinheiro em um poço sem fundo. Seu foco era claro: blindar a sua empresa

Patrick franziu a testa. _ Como assim 'não utiliza'? O dinheiro está sendo enviado, não está? _ Sim, senhor. Os depósitos automáticos foram feitos religiosamente por dois anos, mas ela nunca tocou no dinheiro. Parece que ela tem uma fonte financeira própria não especificada. Um nó se formou no estômago de Patrick. Dois anos. Como ela se manteve? Dois anos em que ele esteve tão consumido pelo trabalho, tão cego pelas obrigações, que não fazia a menor ideia de que a mulher que era sua esposa tinha uma vida, até uma realidade financeira completamente independente. _ Isso é impossível, ela sempre está impecável nos eventos? Como ela banca as roupas e as jóias para ir? Ela deve ter usado algum dinheiro. Gerald responde incomodado. _ Bem, sua mãe solicitou para nós cuidarmos de tudo pela imagem da família. Eu faço a reserva no hotel e providencio vestuário e jóias. A senhora nunca traz ou leva algo. Achei que o Senhor estava ciente. _ E o apartamento?, Patrick perguntou, a vo

A manhã de Isabel em Porto Cristal começou com a luz suave do sol invadindo seu apartamento, tingindo as paredes de tons dourados. Nada de vestígios de Patrick ou da noite caótica. Ela se sentia revigorada, os cabelos loiros caindo sobre os ombros enquanto se espreguiçava. Após um rápido café e um banho, vestiu roupas confortáveis e pegou sua ecobag. Era dia de mercado. As bancas coloridas e o burburinho matinal eram um contraste bem-vindo à seriedade do dia anterior. Isabel escolheu vegetais frescos, frutas vibrantes e um bom queijo, sentindo uma paz simples nos pequenos rituais do dia a dia. Ao voltar para casa, organizou as compras na cozinha, o aroma de manjericão fresco preenchendo o ar. Tudo em seu lugar, em ordem. Era uma pequena vitória diária, uma prova de sua autonomia. O almoço com Amélia, no café charmoso que as duas frequentavam, foi um alívio. A presença da amiga, com seus cabelos pretos e olhos castanhos vibrantes, era um bálsamo para a alma de Isabel. Elas conversava

Do outro lado da porta, Patrick riu, um som grave e satisfeito. Ele sabia que a havia desestabilizado. Pegou o celular Gerald estava quase chegando, antes de entrar no banho ele pediu por mensagem, "Envie itens básicos para uma curta estadia no apartamento de Isabel. Inclua roupas casuais, uma troca para trabalhar e uma refeição leve para dois."Enquanto a água fria caía sobre sua pele, Isabel tentava desesperadamente organizar seus pensamentos. O que ela faria? Ele estava ali, nu, em seu apartamento. A humilhação do divórcio, a crueldade do pai, tudo parecia insignificante diante daquela presença inesperada e avassaladora. Ela se repreendia por não conseguir pensar direito, por não ter uma solução imediata. Mas a cada tentativa de focar, a imagem de Patrick, com os cabelos molhados e o corpo musculoso, enrolado apenas na toalha, vinha à sua mente, distraindo-a várias vezes. Ela sentia a pele queimar novamente, e um arrepio percorria sua espinha. Era ridículo! Ela estava em uma crise

O café da manhã terminou em um silêncio. Isabel lavava sua tigela com uma fúria contida, enquanto Patrick a observava com um brilho divertido nos olhos. _ Você vai sai agora?, ele perguntou, de repente, quebrando o silêncio. Isabel suspirou. _ Vou para a casa da Amélia. Patrick disse, com um sorriso vitorioso brincando em seus lábios. _ Nesse caso, já que estamos no mesmo rumo, você poderia me dar uma carona até a empresa. Assim, aproveito mais um pouco da sua companhia. Isabel o fuzilou com os olhos, a mandíbula travada. A ideia de passar mais tempo no mesmo carro com ele era quase insuportável, mas a desfaçatez dele a pegou de surpresa. Ela apenas acenou com a cabeça, pegando sua bolsa e as chaves do carro. O caminho até a empresa de Patrick foi surpreendentemente tranquilo. Falaram de amenidades. Comentaram sobre o trânsito que parecia mais lento hoje, a previsão do tempo e um festival de cinema que aconteceria na cidade. Patrick se mostrava relaxado. Isabel, por outr