Bastien se movia de um lado para o outro, tirando etiquetas e preços. Dobrava as calças por cor, as blusas por tamanho e as saias por estampa.—Céus, você dobra as roupas exatamente como eu faço.—Sério? Isso é apenas sorte. Deixe-me te ajudar com essas roupas.—Não! Essas roupas são privadas.—Ah… é a sua lingerie, as roupas proibidas.—Não me provoque, isso me dá vergonha.—Está bem, não vou te provocar —disse com um sorriso travesso, pegando a sacola.Kate correu para tirá-la dele.—Me dá isso, Bastien! Passa pra cá!—Pega se conseguir. —Ele levantou a sacola bem alto.Kate pulava tentando alcançá-la. Bastien a segurou pela cintura para evitar que caísse. Seus olhares se cruzaram, e o coração de Kate disparou. Bastien deixou a sacola cair no chão sem desviar os olhos dos dela. Sua mão foi à sua bochecha.O coração de Kate batia forte quando Bastien se inclinou e roçou seus lábios nos dela.—Desculpe, Kate… —sussurrou antes de lhe dar um beijo suave.Kate se agarrou ao pescoço dele;

O dia amanhecia, e Kate continuava envolvida nos braços de Bastien. Seu aroma, sua pele... tudo nele gritava que era dela, e ela dele. A maneira como ele a olhava não deixava espaço para dúvidas. Custava acreditar que havia esquecido sua pequena filha. Uma menina de apenas quatro anos obrigada a viver uma situação tão difícil.Pensou em cada passo que Bastien havia dado: desde escrever uma carta em revistas por toda a Europa com a esperança de que ela a lesse, até fingir ser seu segurança para conquistá-la novamente. E ele tinha conseguido. Kate havia se apaixonado por Bastien outra vez, com toda a sua alma.Ela levantou o olhar. Bastien parecia dormindo... ou assim ela acreditava. Acariciou-o suavemente, roçando seus lábios. Bastien sorriu e deixou um beijo em seus dedos.—Você está acordado —murmurou ela.—Posso sentir quando você desperta, Kitty. Dormimos juntos há quatro anos —respondeu com um sorriso, ainda de olhos fechados.—Me dá um beijo...Bastien a olhou e tomou seus lábios

O dia passou, e Bastien aproveitou cada minuto ao lado de sua amada Kate. Ele a enchia de beijos, cuidava dela, acariciava sua pele. Kate simplesmente se entregava; o toque dele era tão delicioso que ela o adorava. Descobriu-se acariciando-o e venerando-o de uma forma que nunca pensou ser possível.Todas as lembranças perdidas ecoavam. Sua mente estava vazia, mas seu corpo e sua alma sabiam para onde ir e o que fazer.Bastien a mantinha nos braços, ofegante depois de um dia inteiro fazendo amor, entregando-se de corpo e alma, fundindo-se em um só. Então sorriu e roçou o nariz em sua bochecha.—A que se deve esse sorriso?—A você, a quem mais? Você é minha perdição e minha vida, minha luz no meio da escuridão. Ter você em meus braços me faz feliz depois de tanto tempo longe.—Já estamos juntos há quase um mês, Bastien.—Mas não assim. Eu não podia te beijar, nem te tocar, nem te acariciar, nem fazer amor com você tantas vezes quanto queria. Sabe quantas vezes precisei aliviar meus dese

Os dias foram passando. Kate se acomodava ao lar: as risadas e travessuras de Addy e Lucien enchiam sua vida de felicidade, mas as dores de cabeça eram quase diárias.Seu semblante estava abatido, e Bastien temia que o químico usado nela tivesse um segundo efeito.Ele a levou ao médico, onde fizeram uma tomografia que não mostrou nada, apenas que a área onde a memória se aloja estava um pouco inflamada.—Doutor, algum medicamento para que minha esposa não sofra com tanta dor?—Vou receitar alguns remédios que a ajudarão a descansar; isso deve aliviar a dor.—Obrigado, doutor.Saíram da consulta e Bastien abraçou Kate, virando-a para olhar em seus olhos.—Tudo vai ficar bem, princesa.—Obrigada, Bastien. —Ele deixou um doce beijo em seus lábios, depois se aninhou em seu pescoço e inalou seu aroma.—Quer ir para casa ou tomar um sorvete?—Sorvete. —Kate sorriu.—Essa é a minha garota.Caminharam de mãos dadas pelas ruas e tomaram sorvete. Kate provava o de Bastien e ele o dela. Ela era

Na consulta, o médico saiu e franziu a testa ao ver Bastien novamente.—Sr. De Filippi, outra vez? Entrem.—Olá, doutor. Vim porque ontem à noite minha esposa teve uma noite terrível: sua cabeça doía e ela recuperou várias memórias.—Entendo. Sra. Katherine, que tipo de memórias voltaram?—O último dia em que estive com Bastien e algumas coisas aleatórias… meu ateliê, uma praia, um hospital.—Entendi. Vamos fazer uma tomografia, acompanhem-me.Depois dos exames, Bastien voltou com Kate para a sala de consulta. O médico já estava lá com algumas chapas diante de uma luz para examiná-las.—Vejamos…—Alguma novidade, doutor?—Bem, de acordo com seus exames de sangue, a tomografia de ontem e a de hoje, Kate está rejeitando o químico que lhe injetaram. Seu corpo está se defendendo e o está expulsando. É por isso que tem dores de cabeça e flashes de memória.O médico comparava cuidadosamente as duas imagens.—Pelos exames de sangue, vejo que você era drogada constantemente para não recuperar