Capítulo 14 – O Vale EsquecidoO céu estava encoberto, e o vento assobiava entre as pedras negras que cercavam o caminho até o Vale Esquecido. Ana estava sozinha, o capuz puxado sobre a cabeça, o frasco dourado escondido junto ao corpo.Atrás dela, rastros.Sombras.Ela sabia que estava sendo seguida.Desde que deixara Ysra, a floresta não mais sussurrava — ela rugia. As árvores se fechavam. O chão tremia levemente a cada passo. Como se o próprio mundo tentasse detê-la.E então, no cume da colina que dava entrada ao vale, ela viu.A criatura.Alta. Esquelética. A pele pálida como cinza. Os olhos vazios e a boca costurada com fios de prata. Um amuleto antigo pendia de seu pescoço — e nele, a runa do esquecimento.Ana congelou.— Tu és a portadora da centelha — murmurou a criatura, com uma voz que não vinha da boca, mas da terra sob os pés.— Teu sangue é maldição. Teu toque é ruptura.Ela recuou, mas o frasco em sua cintura queimava.— Eu não vim para lutar — disse, firme, apesar do me
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