— Esse, com certeza, é o pior lugar para um encontro, Julia! — Celina dispara assim que pisa no interior do bar de temática sobrenatural, torcendo o nariz para a mistura de cheiros de bebida, fumaça e suor que paira no ar.O lugar, que nas fotos online parecia elegante e calmo, agora se assemelha a uma balada caótica nos confins do subúrbio. Luzes estroboscópicas cegantes disparam em ritmo alucinante, enquanto a batida da música ecoa pelos ossos, fazendo o piso tremer sob seus pés.— Não seja chata, Celi — Juli responde, parando ao lado da amiga enquanto varre o lugar com os olhos arregalados, visivelmente surpresa com a quantidade de gente. — A... a vibe é divertida! — Ela força um sorriso hesitante, tentando disfarçar o desconforto.Celina resmungando algo ininteligível, e tenta puxar para baixo a barra do vestido preto curto que Juli praticamente a obrigou a usar.— Aí! — Ela exclama puxando a mão para cima e massageando o local atingido de forma dramática. — Pra que essa violência

Juli para diante do homem fantasiado de vampiro, o sorriso iluminando seu rosto.— Uau! Nunca vi alguém combinar tanto com o visual de vampiro quanto você — comenta, genuinamente impressionada.Yuri sorri, exibindo caninos falsos, e o brilho sedutor no olhar não passa despercebido, despertando um frio no pé da barriga da morena.— Sabia que a raposa vermelha que se transforma em humana é a minha alimentação favorita? — Ele brinca, inclinando-se ligeiramente para mais perto de Juli, como se saboreasse o cheiro dela.Juli ri, sem conseguir disfarçar o rubor nas bochechas, sentindo o calor subir até as orelhas. Enquanto o cheiro do perfume amadeirado dele atinge seu olfato.Celina, porém, não compartilha da mesma animação. Seu olhar frenético varre o ambiente, buscando novamente a figura do homem lobo que viu há pouco. Algo dentro dela ainda pulsa rápido demais, como se tivesse esquecido como respirar corretamente, como se precisasse vê-lo com uma urgência desconhecida.Um pouco constran

Para com isso, animal! — Dante rosna internamente para seu lobo, que, em vez de recuar, ruge mais alto dentro de si, faminto, nervoso, ansiando pela fêmea humana, embriagado pelo doce, sutil almíscar que ela exala, cegado pela necessidade.Dante range os dentes. Novamente, a sensação de traição contra a fêmea que tomou como sua o atravessa com uma lâmina.E para piorar, não é apenas o lobo que se rebela: seu corpo também reage.A ereção dentro da calça, o faz transformar discretamente seus dedos em garras e fincando-as nas palmas da mão, exigindo por controle.Precisa se controlar...Eu não sou um filhote! — Dante rosna internamente, frustrado e irritado por seu comportamento se comparar a de um lycan que acabará de chegar na fase adulta da vida.Mas então, o estalo da voz de Yuri o arranca do transe:— Dante, cadê a bebida que foi buscar? — Yuri questiona, olhando para as mãos vazias do amigo.— Bebi lá mesmo — dá de ombros, forçando sua voz a sair casual, soando abafada pela máscara

— Quando foi a última vez que pensou em alguém enquanto se tocava? — A pergunta simplesmente escapa dos lábios de Celina no impulso.Ela desvia os olhos por um segundo, mas já é tarde. Ele a havia visto. O rubor. O tremor. O efeito.Dante apoia os braços nos joelhos e inclina-se para a frente, devagar, como quem se prepara para responder — ou atacar.Lembranças do que fez em seu banheiro enquanto Celina dormia em sua cama preenchem sua mente. A sensação do seu pau pulsando entre seus dedos, os olhos fechados enquanto inalava o cheiro doce da fêmea.— Quer mesmo saber a verdade, pequena? — Ele murmura, a voz ainda mais baixa por causa da máscara, todos na mesa ficam atentos a ele. — Apenas algumas horas atrás.Celina prende a respiração. Por que essa resposta a deixa quente? Novamente, ela remexe as pernas inquieta. Seu perfume invadindo os sentidos do lycan, deixando-o com um sorriso convencido por baixo da mascará.— O...kay — Yuri arqueia ambas as sobrancelhas. — Esse jogo está esqu

Uma musica acaba e outra começa, Celina não para. Dança uma atrás da outra.Em poucos compassos, três homens se aproximam. Um grupo de universitários bêbados faz um semicírculo, assoviando. Outro sujeito puxa conversa, perguntando se ela quer beber algo. Celina recusa com um aceno distraído, mas, no fundo, acha divertido o zunido de testosterona pairando à volta — é como dançar à beira de um precipício, sabendo que existe uma rede de proteção… e prisão.Dante não demora a agir. Surge ao lado do primeiro cara: um rosnado curto, inaudível para humanos, mas apenas sua presença faz o rapaz empalidecer e ceder passagem. O segundo recebe um esbarrão “acidental” que o desequilibra. O terceiro nem chega a falar; seus olhos batem na máscara de lobo e ele recua, resmungando algo sobre “malucos fortões”.Celina gira e dá de cara com o peito de Dante.— Você vai ficar espantando todo mundo? — Ela -pergunta, arqueando uma sobrancelha, tentando fazer seu tom parecer indignado.Ela não quer que nenh