— Muito bem, vamos começar — anuncia Yuri, com um sorriso travesso, pegando a garrafa vazia da bebida que estava tomando. Ele a deita lentamente sobre a mesa de vidro espelhado no centro do grupo.
A melodia de fundo muda, uma batida mais densa e envolvente toma conta do salão, misturando-se ao som abafado de risadas e copos tilintando. Celina se remexe no sofá, desconfortável. Seus olhos vagam involuntariamente pelas outras mesas, onde algumas mulheres, mascaradas e desinibidas, já dançam no colo de seus acompanhantes, se esfregando de forma provocante ao som da música.
Ela engole em seco.
O desconforto entre suas pernas aumenta. Por um momento, ela consegue se imaginar fazendo aquilo, atiçando e provocando aquele Dante.
Tire ele de sua mente! — Diz a si mesma, jogando para o fundo de sua mente Dante, o detetive.
Então, ela sente — com cada célula, cada batida do seu coração — o olhar de Dante, o mascarado. Pesado. Incisivo. Queimando por trás da máscara como um feixe de calor silenci