— Boutique La Beauté, bom dia! — Ah, olá, bom dia! Com quem eu falo? — Aqui é a Lizy. Em que posso ajudar, senhor? — Sou o Marcos, falo do escritório do Sr. Rafael. Eu poderia falar com a senhorita Lily? — Ah... — Lizy ficou surpresa. — Infelizmente ela está em uma reunião agora, senhor. Posso anotar um recado ou pedir que retorne mais tarde? — Certo, entendo. Gostaria que ela viesse até aqui ajudar meu chefe. Foi ele quem pediu, disse que precisa de ajuda urgente. Você poderia avisá-la assim que ela estiver livre? — C-claro, aviso sim, assim que ela sair da reunião. Pode deixar. — Muito obrigado, senhorita Lizy. — Imagina, eu que agradeço.Enquanto isso, Lily atendia uma cliente que buscava um vestido exclusivo. Ela se casaria ao ar livre e queria algo que unisse a sofisticação de um vestido de princesa com a leveza necessária para uma cerimônia no campo. Lily se sentiu um pouco pressionada — criar uma peça que equilibrasse esses dois mundos não seria uma tarefa fácil. Cada de

— Espero que entenda, Rafael… se você quer jogar, eu também sei jogar — disse Lily, com a voz firme, embora por dentro estivesse em chamas. E então saiu quase correndo da sala, sem olhar para trás. Não queria ver a expressão dele, muito menos ouvir qualquer resposta.Assim que cruzou a porta, sentiu as pernas falharem. As mãos suavam, o coração disparado. Lily nunca tinha feito nada parecido. Jamais tinha se permitido ser tão invasiva, tão direta. Muito menos com ele. Sentar no colo de Rafael? Aquilo parecia um delírio — e, de certa forma, era mesmo.Ela já tinha tentado de tudo para esquecê-lo. Teve seus casos, encontros sem importância, na esperança de arrancá-lo da cabeça... principalmente depois que descobriu o envolvimento dele com Catarina. Mas nenhum deles tiraram o peso que ele ainda causava nela.Ofegante, ajeitou o cabelo, endireitou as roupas, apertou os lábios e entrou no elevador. Desceu o mais rápido que pôde e correu para sua loja. Se ficasse no escritório, sabia que não

— Bom dia! Bom dia! — Bom dia, senhora Catarina! Como está? — Vou bem... e você, meu amor? — disse, sorrindo para um dos seguranças do shopping. — Estou bem, sim!Catarina entrou no shopping como se desfilasse numa passarela. Agia como se fosse dona do lugar e conhecia todos — desde lojistas até os funcionários da limpeza. Era educada, bonita e muito elegante. Usava um vestido vermelho justo, salto alto preto e óculos escuros, que completavam seu ar de superioridade.— Ah, obrigada por segurar a porta — disse rindo para um dos funcionários. — Imagina, senhorita. — Onde você trabalha, meu bem? — Ah, eu sou novo aqui... comecei agora no setor administrativo do shopping. — Ah, que coisa boa, né? Você vai ter muito sucesso, eu vejo isso só de olhar pra você. Se segura a porta pra uma dama, então com certeza é um cavalheiro. E cavalheiros merecem sucesso, né não? — A-ah... s-sim, sim, senhora! Muito obrigado, agradeço de verdade! — E a senhorita, quem seria? — Ah, eu? Sou a dona d

— Bom, teve um dia em que eu estava indo te encontrar... Eu estava indo até a administração e encontrei a Sra. Romena conversando com uma mulher. Elas falavam algo sério sobre produtos falsificados. Eu lembro que me aproximei e falei com elas a respeito do assunto, pois vender produtos falsificados é algo muito sério, né? E havia diversos outros problemas. A moça disse que, quando estava fazendo compras na loja, foi até o provador experimentar algumas peças e parece que a luz daquela área estava toda ferrada. Ela disse que, quando foi acender a luz do provador, deu um estouro. Ela ficou assustada, parecia que a loja ia explodir. Ela não disse o nome da loja, mas comentou que era uma com letreiro dourado. Na hora, eu não levei muito a sério, mas agora, parando pra pensar... Deve ser a loja dela, né? A loja da Lily é a única que tem letreiro dourado. Catarina não fazia ideia do que estava falando. Estava inventando tudo.— Sério? E quando foi isso?— Ah, eu não sei... faz um tempinho.

Lily não gostou nada disso. Rafael ali não era boa coisa. Se ele quisesse mesmo ajudar, teria ficado ao lado dela dias atrás, na reunião.— Certo. E em que posso ajudá-los hoje? — Bom, vim por causa da questão da eletricidade. Ouvi dizer que está com problemas. Posso dar uma olhada? — Sim, pode. Onde gostaria de ver? — Hum... quero ir ao provador. — Certo, eu te acompanho.Os dois foram em direção ao provador Rafael, de propósito, fe