Helena pensou um pouco nas palavras de Adrian e ponderou a situação. Ela ficou magoada com o fato de ele ter se aproximado dela apenas por sua vingança, isso era um fato, mas tinha que admitir que a ajuda de Adrian poderia ser bem-vinda.Ela não era a única a querer destruir Isabelle e se vingar dela, Adrian tinha motivos e provas para isso, mas suas experiências recentes exigiam que duvidasse e desconfiasse de tudo, e, se tivesse seguido seu instinto, não teria sido enganada mais uma vez.— Você disse que ela incentivou seu irmão a participar da corrida, mas apenas isso poderia levá-la para a cadeia? — Helena questionou, mostrando seu ceticismo.— Sim. Em Nova York, corrida clandestina é crime, e tenho provas de que ela estava flertando com o outro cara. Meu irmão também sabia do risco, mas ela o induziu a participar para inflar seu ego e ainda fugiu do local, mas não é apenas isso que tenho contra ela.Helena cruzou os braços e levantou a sobrancelha, esperando que ele continuasse.

Helena tirou o vestido em meio a pensamentos conflitantes e depois se deitou. Enquanto olhava para o teto, pensativa, recebeu uma ligação de um número desconhecido. Ela achou estranho, lembrou-se da última vez que atendeu e ouviu aquela voz. Mesmo com receio, decidiu atender a ligação.— Alô?Um breve silêncio se fez depois que ela atendeu, mas, em seguida, a pessoa do outro lado resolveu falar.— Você está linda, se recuperou muito bem — a frase saiu em um sussurro.— Quem está falando? — Helena perguntou, levantando-se em seguida.Ao ouvir aquela frase, Helena lembrou-se da sensação de que estava sendo observada e foi até sua janela, olhou para fora na tentativa de ver alguém.— Sentiu minha falta? Seu rosto ficou bom, mas você tem noção de como meu rosto ficou? Você e aquela va

Alexander chegou à casa do avô, onde, até antes de Isabelle voltar, ainda era sua casa e era onde, na maioria das vezes, encontrava Helena esperando por ele. Assim que entrou, não se encontrou de cara com seu pai ou avó.Ele subiu as escadas e acabou parando em frente ao quarto que era de Helena. Alexander girou a maçaneta e entrou, começando a olhar ao redor. As lembranças das vezes que ele entrou naquele quarto e possuiu Helena vieram à sua mente.Em todas às vezes que fazia aquilo, Helena não dizia não, apenas pedia que ele fosse carinhoso, mas Alexander fazia o contrário do que ela pedia. Alexander tocou a cama, lembrando-se das vezes que ela chorou depois de cada ato, além de todas às vezes que ele a humilhou naquele quarto.Pela primeira vez, um nó se formou em sua garganta, e um resquício de remorso passou por sua mente. A imagem de Helena o tratando com carinho, mesmo depois de tudo que ele fazia com ela, fez aquele remorso surgir, e mais uma vez uma pergunta surgiu em sua men

Adrian observava a tela da TV com os olhos semicerrados, o controle remoto esquecido na mão. A foto de Helena ocupava metade da tela, ao lado das imagens granuladas dos dois sequestradores. O apresentador falava com aquela empolgação contida típica de notícias policiais, mas Adrian mal escutava. Ele sabia que Helena odiava exposição. Se a história veio à tona, algo grave aconteceu.— Você parece que está bem preocupado com ela — analisou Daniel, recostado no sofá ao lado, com um copo de uísque na mão.— Sim, eu estou. A Helena está brava comigo e não sei se ela vai me atender. Alguma coisa aconteceu para essa notícia vir a público assim.Daniel ergueu uma sobrancelha, o canto da boca curvando-se em um sorriso irônico.— Por que não liga pra ela? Talvez ela decida te atender, ou mande mais flores até conseguir amolecer o coração dela.A provocação era clara, mas Adrian levou a sério. Ele já havia mandado um buquê naquele mesmo dia, e a ideia de persistir parecia uma boa ideia. Adrian pe

Longe dali, Alexander estava com a cabeça perturbada, que quase bateu o carro na traseira de outro veículo que estava à sua frente. Percebendo que não estava em condições de dirigir naquele momento, ele decidiu parar no acostamento, antes que acabasse causando um acidente.— Por que ela afirma com tanta certeza que eu falei com os sequestradores? Eu não consigo me lembrar de nada direito depois daquela maldita festa — resmungou Alexander, ainda confuso com tudo.A dúvida que pairava em sua mente sobre aquele acontecimento era válida. Alexander sempre bebeu e nunca aconteceu nada parecido, então era isso que o deixava confuso. Ele não havia bebido tanto, mas se lembrava de se sentir mal, mesmo depois do pouco que bebeu.— Será que havia alguma coisa errada com a bebida daquela festa? Ou era apenas com a minha que poderia ter alguma coisa errada? — Alexander fez aquele questionamento, e as dúvidas e incertezas apenas aumentaram ainda mais.Cansado de todos aqueles pensamentos, ele bateu