Marina SallesO sol já escalava pela janela com uma ousadia típica de Roma, e senti seus raios mornos tocando meu rosto como um aviso silencioso de que o dia tinha começado. Ainda meio tonta entre o sono e a realidade, virei o rosto para o lado e encarei o teto branco do quarto do hotel, sentindo a brisa leve do ar-condicionado misturada ao calor do dia que nascia lá fora.Do lado oposto do quarto, o cenário era quase cômico: Fernanda e Alícia estavam jogadas cada uma em sua cama como se tivessem sobrevivido a um apocalipse zumbi. Fernanda estava com uma perna pra fora do cobertor, um travesseiro esmagado no peito e a maquiagem do dia anterior ainda borrada embaixo dos olhos. Alícia roncava baixinho, abraçada ao que parecia ser o menu do serviço de quarto.Tive que conter o riso.Me levantei da cama devagar, fazendo o mínimo de barulho para não acordar as duas criaturas desacordadas. O chão frio sob meus pés serviu como um leve choque de realidade. Caminhei até minha mala, que estava
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