Meu sangue ficou gelado quando escutei as palavras dela. Minha mente voltou para a minha primeira vida, quando eu estava amarrada a uma mesa e arrancavam meu filho de dentro de mim.Aquilo não aconteceria de novo. Nix rosnou.Megan arrastou o próprio flanco pela barreira. Nós éramos mais espertas e estávamos mais preparadas do que eles, e não iríamos falhar na missão.As vozes calmas e objetivas das duas me ajudaram a me sacudir daquele passado, daquele pesadelo que eu já tinha vivido.— Amy não é burra. Ela garantiria que a maior parte da riqueza dela fosse para a mãe.— Você é casado com Ainsley. — Shannon ficou confusa, e Morgan soltou um suspiro.— Sim, mas se ela herdasse bilhões e Amy estivesse morta, ela desapareceria. Especialmente agora.— Por quê?Morgan suspirou de novo, e eu quase deixei a risada escapar.— Porque ela não me ama mais. Talvez ela tivesse ficado antes de eu ferrar tudo, mas agora não. Ela não teria motivo. A única moeda de troca de Vince é Amy. Foi assim que

Eu me sentei na varanda com uma taça de vinho e observei o pôr do sol sobre a água. O céu estava de um azul escuro com um rosa crepuscular perto do sol que se apagava. A porta se abriu, e Wendy e Toya se acomodaram ao meu lado.— Carly? — Toya deu um gole fundo na taça de vinho.— Na cama. — Suspirei e enxuguei o rosto.— De volta à cama de dossel improvisada? — Wendy tomou um gole menor da dela.— Sim. — Suspirei. — Minha mãe enlouqueceu com as cobertas.Wendy e Toya riram.— Ela costumava fazer o mesmo no meu quarto quando eu sentia falta do meu pai. Pedia cobertas e montava uma fortaleza por cima da minha cama. — Fechei os olhos e ainda consegui sentir o cheiro. — Aquilo me fazia sentir segura, como se eu estivesse de volta com o meu pai.— Ajudava tanto assim? — Toya girou o vinho e olhou para mim.Assenti.— As tendas seguram o cheiro lá dentro em camadas. A gente fica cercada por ele.— E ela tem o ursinho. — Wendy fungou.— Você está chorando? — Toya se virou para ela, e Wendy a

Brandon me encarou por alguns instantes antes de um sorrisinho suave se abrir no rosto dele. Se eu o conhecesse menos, ou fosse um pouco mais idiota, talvez tivesse caído naquela cara. Talvez tivesse desistido de tudo na minha última vida para ver ele sorrir para mim daquele jeito. Mas, desta vez, desta vez, eu quis socar a boca estúpida e zombeteira dele.— Você pensou nisso? — A voz dele soou esperançosa. Esperançosa demais.Sorri de leve e desviei o olhar.— Pensei. Ainda quero conhecer o meu companheiro.Vi a expressão dele murchar.— Mas... — Olhei de volta e me inclinei. — Eu estaria aberta a passar mais tempo com você para ver se somos compatíveis.— Mas se você está esperando o seu companheiro... — Ele fez biquinho.Dei de ombros.— Estou aberta a possibilidades. Não sei quanto tempo um companheiro pode demorar, muito menos um companheiro de segunda chance.Os olhos dele se prenderam aos meus.— Um companheiro de segunda chance?Assenti e desviei o olhar.— Eu não contei a ning

Inclinei a cabeça de lado e assenti devagar.— Sou. Sorri. — Conheceu meu pai?O homem riu, e a barriguinha dele chacoalhou junto.— Conheci, sim, seu pai. Como está o velho bastardo?Congelei, forcei as lágrimas a virem aos olhos e olhei para as minhas mãos.— Ele faleceu num ataque de renegados há alguns anos. Levantei o olhar e deixei uma lágrima cair. — Mas tem razão: antes de partir, ele era um velho bastardo.Dei um sorrisinho e enxuguei a lágrima.A sala ficou em silêncio por alguns minutos e Brandon se inclinou e sussurrou para mim.— Está tudo bem. Ele passou a mão no meu braço.Sorri para ele e assenti.— Sinto muito. Rick suspirou e esfregou o rosto. — Eu não sabia.Ele se aproximou e ficou de mãos nos bolsos.— Normalmente eu odeio qualquer pessoa que Vince me empurre, porque sinto que ele vai me forçar a sair assim que encher isto aqui de sangue novo. Mas, pelo Gav, eu aceito você sem reclamar.Eu ri, fungando no meio do riso.— Combinado.Brandon se virou, mas parou quand

A porta do meu escritório se escancarou.— Puta merda.Eu sorri enquanto me recostei.— O quê?— Você me encontrou!— Rick irrompeu e rodeou minha mesa. Senti o rosto se contrair quando ele se aproximou. Antes que eu percebesse, ele me pegou nos braços e começou a pular. Literalmente, pulava.— Eu não consigo acreditar, porra. — Ele pareceu congelar e, em seguida, me colocou de volta no chão. — Desculpa. Recuou com as mãos erguidas.— Desculpa, eu só… é que…. — Ele corou, e eu soltei uma risadinha.— O quê?— Ninguém jamais me encontrou. Porra, metade dos caras que Vince empurra para cá mal consegue passar da primeira armadilha que eu joguei neles.Joguei a cabeça para trás e ri.— O firewall que virou contra mim? — Ele assentiu. — Sério?Franzi o cenho, e ele apenas assentiu de novo.— Mas aquilo foi fácil.Ele jogou as mãos para o alto.— Exatamente! — Gritou enquanto girava em círculo. — Eu disse a Vince toda maldita vez que eles falharam que era a armadilha mais fácil de desfazer.