Entrei pela porta principal da universidade e fui até o escritório de admissões. Empurrei a porta e esperei na recepção. — Olá, posso te ajudar? — A senhora atrás da mesa era uma velhinha pequena com cabelo encaracolado. Caminhou até mim, surpreendentemente ágil para sua idade.— Espero que sim. — Sorri para ela enquanto minha mãe também entrava pela porta.— Ah, aí está você. — Ela sorriu para a recepcionista por cima do balcão. — Olá. Espero que possa nos ajudar. Estamos aqui para matricular minha filha nas aulas deste semestre.— Ah, entendo. Ela está começando um pouco tarde. Espero que o curso que ela quer ainda esteja disponível. — Ela se apressou até a meia-porta lateral e a empurrou. — Venham vocês duas. Vamos resolver isso. — Seguimos até a mesa dela. Ela apontou para duas cadeiras e se acomodou atrás do computador. — Agora me diga. Por que o início tardio?Sentei-me na cadeira e minha mãe se acomodou ao lado. — Passei o verão na alcateia do meu pai.Ela parou de digitar

— Está tudo bem. — Minha mãe tentou acalmá-la. — Eu me esqueço das coisas o tempo todo. — Nós duas rimos e esperamos.A Sra. Sandlewood se acalmou um pouco e riu conosco. — Ah. Bem, tem dias que são assim. — Ela riu enquanto clicava algumas vezes no computador. — Primeira coisa. Esqueci-me de te entregar isso. — Ela me deu um papel. — Esta é uma lista de coisas que você vai precisar no dormitório. Cobertores, lençóis, itens do dia a dia que as pessoas nem lembram que precisam comprar. — Eu assenti. — No verso tem uma lista de coisas que o Alfa Vince acha que os alfas devem trazer para serem facilmente identificáveis.Franzi a testa. — O quê? — Virei o papel e li o que parecia ser uma lista de ostentação. — Joias da Louis Vuitton, ou de outras marcas famosas. Apenas roupas de marcas de luxo. Bolsas e outros acessórios devem ultrapassar 50 mil reais em valor. — Olhei para cima e a Sra. Sandlewood estava realmente suando. — Por quê?— Pelo amor da deusa, o que ele está tentando fazer?

Minha mãe balançou a cabeça com nojo. — Todos esses estudantes. — Ela não conseguiu conter a raiva.— Eu vou transferir o dinheiro para você. — Meu pai estava prestes a desligar, mas eu tive que o parar.— Pai? Você pode arredondar para 25 milhões?Eu conseguia imaginar que ele jogava a cabeça para trás, e sua risada soou pelo celular. — Por quê?— Porque eu tenho um plano. Quero fazer alguns investimentos. Assim, posso devolver o dinheiro à alcateia e ainda cobrir o resto dos custos pelos próximos quatro anos na universidade.A risada do meu pai ficou ainda mais forte. — Garota esperta. Eu fiz a mesma coisa. — Eu sabia que ele estava falando dos investimentos que fez quando eu era criança. Todo mundo achava que ele só tomava boas decisões, mas ele sabia como tudo ia terminar.Uma segunda chance de vida era assim. Mas lembrar de tudo é difícil. Ele levou alguns golpes. Mas agora, agora era minha vez de usar minha primeira vida a meu favor.— Sim. — Eu sorri.— Ronnie vai transf

— Por que ela tem tudo? — Shannon gritou lá de baixo, e eu tive que abafar minha risada. Ela estava gritando desde que chegou. Descobriu que eu ia morar no dormitório enquanto ela teria que voltar para casa, como se isso fizesse tanta diferença assim.Alguém bateu na porta e eu fui abrir. Morgan estava lá. — Amy, pode descer, por favor? Quero fazer uma reunião de família. — Eu quase explodi de rir naquele momento, mas só assenti. Ele se virou, com o maxilar travado, e desceu em direção à filha gritando.Entrei na sala e encontrei Shannon socando a almofada do sofá repetidamente. Soltei um risinho enquanto me dirigia a uma das cadeiras ao lado do sofá. Morgan me lançou um olhar de reprovação, e eu apenas ergui a sobrancelha. Sentei-me e acenei com a mão. — Vamos lá, comecem o show.Morgan me lançou outro olhar irritado enquanto se afastava. — Eu disse para não me tocar, porra! — O rosnado da minha mãe veio da cozinha.— Desculpe. Por favor. — Morgan implorou, e sinceramente, foi pat

Shannon e Morgan congelaram. — O que você disse? — Shannon deu um passo na minha direção.— Eu disse que agora todo mundo tem 50 mil reais no cartão. — Revirei os olhos. — Então podem me deixar em paz.— Eu quero mais. — Shannon bateu o pé.Eu ri. — O quê? — Balancei a cabeça, sem acreditar.— Eu disse que quero mais. Eu mereço mais. Se todo mundo tiver 50 mil reais, então eu deveria ter o mesmo que você, 500 mil.Minha mãe caiu na gargalhada. — Você só pode estar brincando. Por que acha que merece mais? — Ela se levantou e começou a andar, quase como uma fera. — Você ainda age como se fosse melhor do que todo mundo.— Porque eu sou. — Shannon gritou.— Você não é! — Minha mãe gritou de volta. Ela se virou para Morgan. — Isso é culpa sua. Você não percebe? Você a mimou e fez ela acreditar que a posição de sua filha a tornava melhor do que o resto da alcateia. Você a condenou.Morgan se levantou. — Eu não fiz isso.— Fez sim. — Minha mãe respondeu. — Quer saber como? — Morgan l