— Foi magia. Não era o que eu realmente sentia. — Meu pai tentou confortá-la.— O que aconteceu? Que colar? E quem é a loba? — Minha mãe fez as perguntas em rápida sucessão e eu quase ri.— Ainsley... você está com ciúmes? — Meu pai sorriu, mas ela só deu um tapa leve no braço dele e se virou de volta para mim.— Depois que percebi que algo estava errado, comecei a trabalhar para controlar meu poder. A bisavó me ajudou. E...— Aquela mulher morta, é isso? — Minha pobre mãe estava tentando ao máximo entender tudo, mas estava perdida quando se tratava de poderes. — Eu me acostumei com Carl e seus dons, mas estou um pouco perdida. Pessoas mortas não deviam ser ressuscitadas, né?Eu ri junto com meu pai. — Pense como espírito. O espírito dela ajudou Amy.— Você recebeu a ajuda de um maldito fantasma? — Ela veio e se sentou ao meu lado.— Mãe. Somos lobisomens, e você se surpreende com fantasmas? — Eu dei um tapinha na mão dela e ela me lançou um olhar.— Escutem. Isso não é justo.

Eu a encarei por um tempo que pareceu minutos, mas provavelmente foram apenas segundos. — Mãe...Ela balançou a cabeça, e uma nova lágrima caiu. — Foi então que percebi que nunca poderia ser companheira de Vince. Então eu fui embora. Conversei com meu pai, como você falou comigo, e ele disse que nunca me obrigaria a me unir a um lobo que tratasse as fêmeas como inferiores. Inferiores o bastante para as usar no momento mais frágil, e depois matá-las quando não serviam mais. Então, sempre que Vince vinha procurar sua companheira, meu pai me mandava de volta para casa.— Como você conheceu o papai?Minha mãe corou ao lembrar, mas um uivo mais frenético cortou o ar e eu a vi murchar. — Precisamos ir. — Ela apagou a fogueira e guardou tudo rapidamente. — Morgan vai surtar se não voltarmos logo. — Ela mostrou os dentes em desgosto.— Você vai conseguir suportar esses próximos quatro anos?— Sim. Querida, eu tenho que aguentar. — Ela me chamou para a porta e borrifou spray de disfarce em

— Diga. — Eu rosnei pela última vez, já perdendo a paciência.— Foi você que fez isso. — Ele caiu de joelhos, ofegante. — Teria sido perfeito se você não estivesse aqui. — Ele chorava com o rosto entre as mãos, e se tivesse parado aí, eu não teria desconfiado. Mas ele era o Morgan — um idiota. — Por que você não morreu naquele maldito ataque?Eu congelei.Como ele sabia sobre o ataque? Ele continuava chorando e gritando, mas eu só conseguia focar nas palavras que escorriam da sua boca como lava. Era ódio puro, por mim e por meu pai. — Se você tivesse morrido quando seu pai foi atacado anos atrás, eu não teria precisado criá-la. O dinheiro que sua mãe teria herdado seria meu, ou de Vince. Estaríamos feitos. Mas não, vocês dois sobreviveram. Só quando seu pai foi burro o suficiente para trair ela que ela se mudou para cá. — A voz dele foi sumindo enquanto me encarava com ódio nos olhos, e eu soube naquele momento que meu pai estava certo.Mas eu tinha que fingir. — O que você disse,

— Como ousa vir aqui com sua cria demoníaca? Olhe o que fizeram com meu filho. Apenas olhe para ele. — A mulher ficou de pé sobre o corpo do filho e gritou para a deusa acompanhada por lobos.A Deusa de Três Faces se aproximou da mulher e abriu os braços. A mulher se lançou neles e começou a soluçar. — Por favor, salve-o, mãe. Dediquei minha vida a você e nunca lhe roguei por uma dádiva. Este é meu pedido. Salve-o. Por favor. — Ela se afastou e olhou para a deusa, mas seu rosto estava sombrio.— Sinto muito, minha filha. Eu não posso. — A Deusa de Três Faces segurou a mulher em seus braços enquanto ela desabava. Suas pernas cederam e ela caiu de joelhos.— Eu farei qualquer coisa, darei qualquer coisa, apenas salve meu filho. — Ela uivou enquanto a deusa a abraçava.A deusa com os lobos se aproximou do jovem, um garoto, na verdade, e se agachou sobre ele. Os lobos se aproximaram cada vez mais até que também estavam agachados ao lado do garoto.— Afaste-se dele. Veja o que seus fil

Ele ficou ali congelado enquanto eu o encarava. Eu vi a raiva em seus olhos, mas continuei olhando para ele.— Isso não é justo. — Virei-me para Shannon.— O que não é justo? O jeito que trataram minha mãe como uma ômega? Ou o fato de que ela se recusa a se curvar às suas exigências patéticas? — Ela me lançou um olhar feroz, mas eu apenas inclinei a cabeça. — Nenhum de vocês consegue me dar um motivo para eu me envolver e pedir para ela superar isso. Então não. Eu me recuso a ajudar vocês dois. — Peguei meu celular e meu café. Dei outro gole e voltei a rolar a tela enquanto Shannon fervia ao meu lado.— Então caia fora. — Shannon bateu com força na cadeira, que caiu para trás. Ela arfava de raiva. — Leve sua mãe vadia e saiam da nossa casa.— Ela me lançou um olhar e eu coloquei meu café de volta na mesa e me virei para Morgan.Sorri, e vi que ele empalideceu. — Por que eu sairia da casa que é minha?Shannon gritou. — Esta é minha casa! Meu pai recebeu esta casa do Alfa! — Ela veio