POV TAYLAEu estava folheando uma revista quando me deparei com a foto de Ryan Palmer só de cueca. Aquele corpo perfeito que tomava conta de outdoors, revistas e toda a internet me trazia lembranças devastadoras.Vez ou outra eu e Aydan saíamos para aliviar o desejo sexual naquela boate que ele gostava. O lugar era discreto e era difícil sair de lá sem transar com alguém. Geralmente no dia seguinte nos sentíamos tão extasiados quanto culpados.Ryan não sofreu com todas as minhas tentativas de detoná-lo no meu podcast. Seu pau torto (que de torto não tinha nada) assim como as cuecas furadas... tudo foi motivo para ele ficar cada vez mais em evidência e se tornar o queridinho da Versace.Depois de ele ter fingido arrependimento e pedido perdão a “Taylice” no podcast, tinha virado a vítima da vez. Não que eu tivesse perdido a minha visibilidade

POV RYAN Meu estômago se contraiu como se tivesse levado um golpe. Ao meu lado, Arlo arregalou os olhos, preocupado com o que viria.- Eu sou Tayla. Nasci e cresci junto de Ryan Palmer. Sempre considerei a família dele como a minha, porque ele tinha coisas que eu nunca tive, especialmente uma vó carinhosa que me acolhia. Eles eram minha única referência de família.Minha voz embargou ao lembrar.- Éramos melhores amigos. Contávamos tudo um para o outro. Tivemos uma história linda, cheia de momentos que guardarei pra sempre... Até que Davis Fahy apareceu. Ele se aproveitou da minha inocência, do fascínio que eu tinha por ele, sendo mais velho e popular... E fez uma aposta com Ryan. O objeto? Minha virgindade. O prêmio? Uma moto. Sim, ouviram direito. Minha virgindade valia uma moto pra eles. E Ryan... Ryan aceitou. Ele diz que foi pra me proteger, mas se fosse verd

- Eu não sei o que fazer com você! – Arlo tocou minha testa, me acordando – Está ardendo em febre há dois dias. E não posso lhe dar analgésicos porque é alérgico.- Estou bem! – menti, sentindo todo meu corpo estremecer com o simples toque dele, como se suas mãos fossem de gelo.Ouvi uma leve batida na porta, que se abriu. E então deparei-me com minha mãe. Achei que pudesse estar delirando... até que senti o toque dela, que diferente de Arlo, era morno.- O que você está fazendo aqui? – perguntei.- Eu liguei para ela. – Arlo confessou.- Por que fez isto, porra?- Porque você não melhorou. Faz dois dias que está com febre... E ela não cede.Ele levantou e saiu. Minha mãe passou a mão no meu rosto:- Mãe... é para isto! – sorriu.- Mãe é para um monte de coisas... inclusive fazer o filho assinar um contrato vitalício que o fode por dez anos.- Me desculpe, Ryan! Por favor... me perdoe.- Se um dia Tayla me perdoar, o que certamente não acontecerá, eu perdoo você.- Eu... ouvi o podcast

- Ok – falei, suspirando – Eu não toco no nome de Ryan. Mas quero ao menos um último episódio, para me despedir dos ouvintes. Aviso que até o juiz decidir, ficaremos off. Isto pode fazer com que me ajudem a manter o podcast no ar.- Não toca no nome de Ryan e eu negocio com Marco um último episódio.- Juro que não falarei no Ryan. – Garanti, com as mãos em prece.Oito dias depois e Aydan conseguiu através de um recurso uma modificação liminar da decisão judicial. O argumento: o podcast era o meu meio de sustento e um episódio final evitaria danos irreparáveis à audiência, sem afetar o mérito do caso.A última coisa que ele me disse antes de sair foi:- Use o último episódio com sabedoria!- Não se preocupe. Cumprirei com a minha promessa.Quando cheguei no estú

- Me leve daqui, Aydan... Eu quero ir na rua das Camélias, s/nº.Aydan pegou o celular do bolso e suspirou:- A estimativa é de centenas de ruas com este nome só em Noriah Sul... Sem contar Noriah Norte. Muitas ruas não têm número oficial ou não estão registradas em bancos de dados públicos... especialmente se ela for do distrito onde Solidão está localizada, que é área rural. Algumas podem ter sido renomeadas ou desativadas ao longo dos anos.- Qual é a mais próxima?- Meu amor... Estamos em Noriah Norte.- Começaremos por aqui, Aydan.- Tayla...- Eu preciso de respostas.- Mas a informação que você tem além de ser ampla... é dada por alguém que não tem noção do que fala.- Ela sabe o que fala, Aydan... Eu tenho certeza. Você não c